Várias empresas apostam em cruzeiros no litoral brasileiro (Foto/Danilo Borges/MTur)
Trabalhar sob pressão cerca de 11 horas por dia, não ter folga aos sábados, domingos e feriados, ficar confinado e ainda ter que lidar com um chefe com pouco tato. Parece loucura se candidatar para uma vaga assim, mas tem muito brasileiro de olho numa oportunidade para trabalhar a bordo de um cruzeiro. A motivação para passar por tudo isso? Receber em dólar!
Os salários iniciais para quem trabalha em um cruzeiro são, em média de US$ 1.000 - ou seja, em torno de R$ 5.000 . A temporada de cruzeiros 2022/2023 entra na sua reta final neste mês e já é hora de se candidatar para a próxima, que tem navegação prevista para começar em outubro. O recrutamento começa em agosto e a estimativa é de, ao menos, 15 mil vagas diretas.
Mas apesar de tamanha oferta, cerca de 80% dos candidatos que tentam trabalhar a bordo são reprovados nos processos seletivos. A maioria por não ter qualificação e conhecimento sobre a área marítima, explica Fabrício Brito, de 42 anos, fundador da Deck4, plataforma de educação à distância que treina candidatos às vagas em cruzeiros.
Fabrício trabalhou embarcado durante 20 anos e, até hoje, ainda se aventura no labor em alto-mar. Ele conta que começou como recreador infantil e chegou ao cargo de diretor de eventos.
Segundo ele, para trabalhar em navio, é preciso ter perfil. “Não é para qualquer pessoa. Ela vai trabalhar durante nove meses sem folga. Vai ser exaustivo, mas vai juntar uma grana que não consegue em três ou quatro anos no Brasil”, observa. Em um contrato de nove meses, na função mais básica, como lavador de pratos, é possível juntar até R$ 50 mil e ainda conhecer o mundo e aprender novos idiomas. Além disso, não há gastos com alimentação ou aluguel e há a possibilidade de ganhar generosas gorjetas.
Ele explica que as companhias marítimas não param de encomendar navios cada vez mais bonitos, tecnológicos e com grande capacidade, mas que muitas vezes serviços ficam bloqueados a bordo por falta de mão de obra. “Nesta temporada tem o MSC Grandiosa, o maior, com capacidade para 6.500 pessoas. Só dele, são 1.700 tripulantes”, detalha Fabrício.
As vagas são as mais diversas, de assistente de camareira, a garçom, auxiliar de limpeza ou bartender. Quanto maior a necessidade de se comunicar com os viajantes a bordo em inglês, maior a possibilidade de remuneração. Os contratos, regidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), vão de seis a nove meses, sempre com a possibilidade de viajar para o exterior. Não existe um vínculo empregatício e direitos assegurados como os da CLT.
“Quando a pessoa embarca, se depara com uma situação caótica, com mais de 50 nacionalidades num ambiente confinado. Se não tem preparo técnico e emocional, a pessoa pira ou desembarca. Aí todo o investimento se perde porque ela desiste de um sonho”, observa Fabrício.
As contratações para a nova temporada já começam em agosto e as entrevistas já estão acontecendo. As companhias marítimas que mais selecionam trabalhadores no Brasil são a Costa e a MSC.
A Deck4 já qualificou mais de 22 mil pessoas em 15 anos de trabalho. Há dois, por causa da pandemia, começou a atuar de forma virtual. Atualmente, a empresa desenvolve um projeto social para a capacitação de jovens em situação de vulnerabilidade social. Candidatos de todo o Brasil podem se inscrever.
Segundo a Clia Brasil, Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, para a temporada 2023/2024 o setor tem expectativa de crescimento de 6% em relação à temporada atual, com a oferta de 840 mil leitos. O impacto econômico deve ser de R$ 3,9 bilhões para o país.
Serão nove navios, como a de 2022/2023, mas com capacidade maior. Paranaguá, no Paraná, entrará na lista de portos de embarque e ainda exista a possibilidade de escalas-teste em Penha e São Francisco do Sul, em Santa Catarina.
Outros 35 navios farão longo curso, com paradas em 47 destinos de 15 Estados, como Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O impacto previsto é de R$ 450 milhões para a economia brasileira.
Pré-requisitos:
Cada companhia tem seu procedimento específico. Vistos, exames médicos, carteira de vacinação e certificado de treinamento básico de segurança são algumas das exigências recorrentes. Apesar de não haver um limite máximo de idade, é comum que as empresas contratem até os 55 anos, segundo o site Shiplife, especializado na vida a bordo.
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Fonte: O Tempo