PERIGO

Novo estudo liga uso de maconha ao dobro de risco de morte por doenças cardíacas

Pesquisa com dados de 200 milhões de pessoas revela que usuários de cannabis têm até 2 vezes mais chance de morrer por problemas cardíacos.

O Tempo
Publicado em 21/06/2025 às 17:28
Compartilhar

O uso recreativo da maconha voltou ao centro de um importante debate médico. Um estudo recente, publicado na revista científica Heart, aponta que consumidores da droga podem ter o dobro de risco de morrer por doenças cardíacas em comparação com não usuários.

Estudo reacende alerta sobre impactos cardiovasculares

O levantamento analisou dados de mais de 200 milhões de pessoas entre 19 e 59 anos, abrangendo 24 estudos internacionais. Os pesquisadores observaram uma associação clara entre o uso de cannabis e a elevação de problemas como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.

Principais achados

  • Dobro de risco de morte por causas cardiovasculares
  • 29% mais chance de infarto
  • 20% mais risco de AVC

THC é o vilão, independentemente da forma de consumo

Embora o cigarro de maconha ainda seja a forma mais comum de consumo, os dados indicam que os efeitos do THC — principal componente psicoativo da planta — também são prejudiciais em versões comestíveis e vaporizadas. Segundo estudos complementares, o THC pode reduzir em até 56% a função dos vasos sanguíneos, favorecendo o surgimento de placas e obstruções.

Uso crescente preocupa especialistas

Com a legalização do uso recreativo em diversos países e estados dos EUA, o consumo de cannabis tem crescido principalmente entre jovens adultos. Essa tendência preocupa cardiologistas, que defendem políticas de conscientização semelhantes às aplicadas contra o tabagismo.

“Não é porque é natural que é inofensivo”

Especialistas reforçam que, apesar de a cannabis ter uso medicinal aprovado em diversos contextos, seu uso recreativo deve vir acompanhado de informação sobre os potenciais riscos à saúde. “O risco de morte cardiovascular duplicado é um alerta forte. A população precisa entender que os efeitos do THC vão muito além da euforia passageira”, afirma o cardiologista Stanton Glantz, da Universidade da Califórnia.

Efeitos podem ser silenciosos

Um dos fatores que tornam o impacto da maconha mais difícil de identificar é a ausência de sintomas imediatos. Ao contrário do tabaco, cujos efeitos se acumulam com décadas de uso, o THC pode afetar a saúde cardiovascular mesmo em usuários eventuais — algo que requer atenção, especialmente em pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas.

O que dizem os autores do estudo

Os próprios cientistas responsáveis pela análise reconhecem limitações, como o fato de os dados serem baseados em relatos pessoais de consumo. Ainda assim, o número elevado de participantes e a consistência dos achados em diferentes países dão peso às conclusões.

Polêmica reacende debate regulatório

O estudo reacende discussões sobre a necessidade de advertências mais explícitas em produtos à base de cannabis. Grupos de saúde pública defendem que rótulos incluam os riscos cardiovasculares, assim como já ocorre com o cigarro. No entanto, especialistas também alertam que isso não deve ser confundido com um movimento de criminalização: o foco deve ser educação e transparência.

Fonte: O Tempo.

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por