Operação foi realizada na manhã desta quarta-feira (6) (Foto/Divulgação / MPMG)
Crimes de exploração sexual de travestis e mulheres trans são alvos de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) na manhã desta quarta-feira (6) nas cidades mineiras de Uberlândia e Bom Despacho, além de Criciúma, em Santa Catarina. São cumpridos oito mandados de prisão, seis de interdição de alojamentos, além de medidas cautelares de sequestro e alienação de bens. Essa é a 7ª fase da Operação Libertas, que teve início em 2021.
“A denúncia apresentada à Justiça narra os fatos e apresenta as provas dos crimes de organização criminosa com emprego de arma; rufianismo (ato criminoso de tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou parcialmente, por quem a exerça) e lavagem de dinheiro”, informou o Ministério em Público, em nota.
De acordo com a investigação, essa organização criminosa atua desde 1997. Os investigados mantêm o monopólio da exploração sexual de travestis e mulheres trans para a aquisição de imóveis, veículos de luxo e até um mausoléu (tumba grandiosa) com obras sacras.
“A 1ª Vara Criminal de Uberlândia determinou a alienação antecipada em leilão judicial de todos os bens sequestrados, sendo 12 imóveis, três veículos e numerário em dinheiro, revertendo-se os valores para pagamento dos danos materiais e morais às vítimas, além dos danos morais coletivos. Foi decretada ainda a prisão preventiva de todos os componentes da organização criminosa”, detalhou o MPMG.
Líder da organização já foi presa
A líder dessa organização criminosa foi presa em 2006. Na ocasião, ela respondeu pelo crime de tráfico internacional de pessoas. Ela atuava na cidade Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com controle e pagamento de pontos de prostituição também em Santa Cataria.
Em Uberlândia, segundo o MPMG, a organização criminosa contava com cinco alojamentos utilizados para exploração sexual das vítimas. Outros três funcionavam em Criciúma, em Santa Cataria. Os criminosos atuavam “nos dois estados com o mesmo modus operandi, já que as líderes dos alojamentos mantinham o controle dos pontos de prostituição mediante emprego de violência e grave ameaça”.
Operação não intimidou criminosos
Conforme o Ministério Público, mesmo após a primeira fase da operação, realizada em novembro de 2021, os criminosos continuaram com o esquema em Minas Gerais e em Santa Catarina. “Além disso, houve intensa movimentação para dissimular a propriedade de bens espúrios, mediante contratos fraudulentos de gaveta que simulavam uma falsa venda de imóveis”, disse, em nota.
Até o momento, a Justiça já proferiu quatro sentenças condenatórias as envolvidas. As penas variam de 6 a 22 anos de prisão.
Fonte: O Tempo