Hábito de ouvir áudios em 2x pode ser prejudicial à saúde (Foto/Freepik Company S.L./www.freepik.com)
Um relatório da We Are Social apontou que exitem 144 milhões de contas de brasileiros em redes sociais, o que mostra que os smartphones já fazem parte do dia a dia do país. Com o aumento exponencial do conteúdo online, os sites apostaram, nos últimos anos, na funcionalidade que permite consumir vídeos acelerados, em 1.5x ou 2x, visando a otimização do tempo. Esse hábito, porém, pode ter consequências negativas para a saúde.
Carlos Manoel Rodrigues, professor de Psicologia do CEUB, existem efeitos negativos que podem acontecer a partir da utilização excessiva destes recursos tecnológicos. Eles podem afetar desde a capacidade de concentração até a sensação de fadiga menta.
Segundo o psicólogo, quando as informações são consumidas em velocidade acelerada, o cérebro é treinado para processar informações rapidamente, e isso pode, com o tempo, afetar a capacidade de concentração e atenção em tarefas que requerem um ritmo mais lento.
“Para adultos e crianças, esse hábito pode dificultar a habilidade de se concentrar em atividades que demandam um processamento mais detalhado ou reflexivo, já que o cérebro pode se acostumar a um ritmo mais acelerado de estímulos”, alertou.
Além disso, uma sensação de irritação sentida por quem recebe um áudio em aplicativos de conversa, como o Whatsapp, pode indicar uma expectativa de urgência e ritmo acelerado criada pelo consumo frequente de conteúdos em alta velocidade. Alguns estudos apontam que a antecipação de respostas rápidas em mensagens instantâneas pode aumentar a excitação fisiológica e gerar frustração ou impaciência.
“Essa reação pode ser ampliada quando estamos constantemente expostos a um ambiente de alta velocidade, criando uma sensação de urgência contínua e levando à irritabilidade quando as interações no mundo real ou digital não correspondem a essas expectativas aceleradas”, considera.
Como evitar a fadiga mental
Para proteger a saúde mental diante do excesso de informações e da aceleração dos conteúdos consumidos, profissional de saúde recomenda tentar, ao máximo, limitar o tempo de exposição e criar intervalos regulares para se desconectar. Assim, o cérebro consegue descansar.
Para Carlos, o excesso de informações pode levar à sobrecarga social e à sensação de fadiga mental, aumentando a intenção de trocar ou abandonar plataformas. “Práticas como a meditação e a atenção plena ajudam a treinar o foco e a reduzir a sensação de pressa ou ansiedade associada ao consumo rápido de informações", concluiu.
Sintomas podem indicar necessidade de desacelerar
Alguns sintomas podem acender um sinal de alerta e indicar que as pessoas precisam de desacelerar. Dificuldade constante de concentração, aumento da irritabilidade, ansiedade ao consumir conteúdos em velocidades normais e um sentimento de sobrecarga ou exaustão mental podem ser indicativos de um problema subjacente que merece atenção.
Para o psicólogo, a pessoa deve buscar atendimento quando notar que o hábito de consumir conteúdos acelerados está impactando negativamente sua vida diária e bem-estar emocional.
"Psicólogos podem oferecer estratégias e técnicas para ajudar a regular o consumo de informações e melhorar a qualidade da saúde mental”, concluiu.
Fonte: O Tempo