A decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de negar habeas corpus ao governador licenciado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), preso preventivamente desde quinta-feira (11), agradou a parlamentares de diferentes partidos. O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), ex-juiz federal, por exemplo, considerou a decisão tecnicamente correta. “Estão caracterizados os pressupostos da prisão preventiva, e um deles é a: tentativa de embaraço das investigações, que é um caso típico de prisão preventiva.” Politicamente, a decisão do ministro Marco Aurélio também foi acertada, porque mostra à sociedade que a cultura da legalidade está consolidada no Brasil, disse o deputado. “A manutenção da prisão tem efeito importante, porque é caminho para superar a grave crise que atinge o governo do Distrito Federal”, acrescentou Dino. “E rompe-se quase um tabu, segundo o qual quando o acusado é poderoso nada acontece com ele.” Para o líder do PDT, deputado Dagoberto (MS), a decisão de manter Arruda na prisão é uma decisão esperada pela sociedade, que estava exigindo uma atitude dessa natureza do Poder Judiciário. “A Justiça está atendendo ao clamor da população. Eu só sinto que a prisão não tenha alcançado os deputados envolvidos no esquema.” De acordo com Dagoberto, se o ministro Marco Aurélio tivesse concedido o habeas corpus, seria uma decepção para toda a sociedade, que ficaria indignada. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) espera que, com essas medidas, o governador licenciado José Roberto Arruda aprenda. “Vamos ver se dessa vez ele aprende”. O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), também aprovou a decisão. “Viva o STF. Arruda ficou. Mas, veja, Arruda está preso porque tentou subornar testemunha, e não por ter sido flagrado pegando e distribuindo grana”, ressaltou o deputado em seu Twitter (rede social).