Plano Agrícola e pecuário tem restrições de lideranças rurais

Governo federal, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, lançou ontem o Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011. Produtores rurais terão R$ 100 bilhões para financiar a próxima safra. O valor é recorde, mas, em Uberaba, a iniciativa foi aprovada com ressalvas pelas lideranças rurais.

Para Rivaldo Machado Borges Júnior, presidente do Sindicato Rural da cidade, o governo liberou recursos importantes e houve um crescimento de 8% no valor, em relação aos R$ 92,5 bilhões do período agrícola anterior. “Os créditos voltados ao financiamento da agricultura familiar também aumentaram”, destaca. Com a soma destes recursos, o montante fixado pelo governo para a agricultura brasileira será de R$ 116 bilhões.

Mas, ainda de acordo com Rivaldo, não há a contemplação da margem de lucro aos produtores de soja, milho e arroz, “que em plena safra estão vendendo suas plantações por cifras que ficam abaixo daquelas do custo de produção”.

O dirigente classista avalia que o Plano Agrícola deveria ser mais completo. “Deveria haver recursos reservados para dar uma garantia da margem de lucro aos agricultores”, defende.

Apesar de o incremento nos planos agrícolas ser de 270% desde o início do governo Lula, em 2003, Rivaldo afirma que a edição atual ainda peca também pela ausência de seguros de lavouras. “É importante o governo subsidiar seguros para que os produtores rurais garantam seus cultivos mesmo diante de situações de perdas”, reivindica. “Não adianta liberar crédito e assistir da arquibancada o produtor se endividar”, completa.