Polícia Civil deu coletiva, neste sábado (14/1), para falar sobre as investigações de ataques bolsonaristas a jornalistas em Belo Horizonte (Foto/Vídeopress Produtora)
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse já ter identificado de 10 a 12 pessoas suspeitas de terem participado das agressões a jornalistas, na última semana, no acampamento bolsonaristas na avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte. Em entrevista coletiva realizada, neste sábado (14/1), a corporação afirmou que os suspeitos estão sendo investigados por lesão corporal, roubo, associação criminosa, dano ao patrimônio e desvio de equipamento.
De acordo com a delegada Cinara da Rocha e Santos Lima, uma das responsáveis pelo caso, ainda há pessoas a serem identificadas. Segundo ela, a corporação investiga também a relação dos suspeitos com outros crimes.
"Nos repudiamos todo ataque à imprensa. Estamos empenhados em resolver o mais rápido possível. Já ouvimos muitas pessoas, temos muitas imagens que estão sendo analisadas pelas equipes técnicas. Nossa intenção é delimitar a ação de cada um dos suspeitos para que a gente possa comprovar o crime", explicou a delegada que pontuou que ainda "não é momento para dar detalhes para não atrapalhar nas investigações".
"Precisamos ter cautela. Nosso objetivo é chegar a todos os autores, e aspectos, por isso precisamos ter cuidado. Dependendo do que dissermos não chegaremos aos suspeitos", acrescentou o delegado-geral Joaquim Francisco Neto e Silva.
Ainda sem prazo para a conclusão das investigações, a Polícia Civil informou que atualmente quatro inquéritos foram instaurados sobre o caso.
Omissão
Os delegados responsáveis pelas investigações destacaram também que se for comprovada a omissão por parte de policiais militares e de outros agentes de segurança, durante a ação realizada pela Guarda Municipal, na última sexta-feira (6/1), que resultou na agressão de jornalistas, as denúncias vão ser repassadas para as coporações apurarem os fatos.
"Havendo indícios de qualquer omissão por parte dos policiais, isso vai ser encaminhado para as instituições de cada um deles para que sejam apuradas a questões administrativa. Não toleramos nenhum tipo de agressão, e se a omissão facilitou a agressão, ela (a denúncia) terá que ser apurada e a pessoa terá que ser responsabilizada da mesma forma", explicou Cinara.
Procurada, a Polícia Militar (PM) informou que no dia das agressões as guarnições da corporação realizavam policiamento preventivo na Avenida Raja Gabaglia em apoio às ações da prefeitura, mas ressaltou que no momento do ocorrido, a instituição já não estava presente no local e não foi acionada pelos envolvidos.
"A PMMG ressalta que permanece à disposição de toda e qualquer pessoa que tenha sido ofendida e/ou agredida e que denúncias sobre atuação policial militar que aportarem na instituição será devidamente apurada", afirmou a PM em nota.
A Prefeitura de Belo Horizonte, por sua vez, informa que está cooperando com a Polícia Civil com o compartilhamento de imagens do Centro Integrado de Operações para a identificação dos responsáveis pelas agressões.
Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção afirmou que não existem processos de investigação de conduta de servidores da Guarda Civil, e enfatizou que o trabalho da corporação ocorreu dentro da legalidade constitucional e não foram identificados desvios ou omissão no trabalho de desobstrução da via pública e da retirada de manifestantes na avenida Raja Gabáglia.
Fonte: O Tempo