O quilo do feijão está custando no supermercado R$ 4,50, diferente do mês de janeiro, quando estava cotado a R$ 3
O feijão está sendo o vilão das compras nos supermercados. Com alta que gira em torno de 15%, o produto encareceu nas prateleiras e pesou no bolso dos consumidores. É o que sentiu a diarista Gisele Vieira da Silva.
Neste mês, ela encontrou o produto custando até R$ 4,50, diferente de janeiro, quando estava sendo comercializado abaixo de R$ 3. “Por volta de um mês, eu senti a elevação do preço do feijão. Mas, para economizar, eu deixo de comprar ou até mesmo pego um item mais acessível”, disse.
A alta tem influência do campo. De acordo com o supermercadista José Vicente, o grão sofre influências de safra, sendo que o sul do país apresentou baixa produção, por causa do clima. Segundo o empresário, a previsão é de mais elevação. “A nossa região não é muito produtora de feijão. O sul do país perdeu muito. Mas, por causa da lei da oferta e da procura, acredito que o produto vai continuar subindo de preço”, observa.
Já o arroz, ingrediente favorito dos brasileiros na combinação com o feijão, segue com estabilidade no preço, assim como as carnes. No entanto, a cesta básica do país ficou mais acessível. A alimentação em geral, porém, continua muito mais cara do que no ano passado. É o que diz a pesquisa mensal feita pelo Dieese do mês de fevereiro. A média de reajuste foi de 3% entre as capitais pesquisadas.
Entre os alimentos pesquisados, a carne registrou alta dos preços em janeiro em relação a dezembro em nove localidades e queda em oito. O tomate, produto cujo valor é sujeito a oscilações por ser uma cultura sensível às alterações climáticas, subiu em 14 localidades. O café apresentou alta em 13 capitais e o arroz em onze. Dez cidades registraram alta do preço do pão. O açúcar destacou-se como o produto que apresentou predomínio de retração nos preços, comportamento apurado em 13 capitais.
Segundo o Dieese, os preços dos itens essenciais tiveram alta bastante generalizada em janeiro, devido à ocorrência de chuvas intensas em boa parte do país, particularmente no Sudeste. Além de ter afetado a produção, as chuvas destruíram trechos de estradas e pontes, dificultando o escoamento dos produtos, o que impactou nos preços. Outro fator que influenciou os preços foi o período de seca prolongada pelo qual passou a Região Sul, com a consequente quebra na produção de grãos.