Escorados em resolução do Ministério Público expedida em 2009, fiscais da Vigilância Sanitária estão apreendendo o queijo curado comercializado em Uberaba sem o certificado de garantia e consequente registro em órgãos fiscalizadores. As dificuldades e prejuízos do segmento foram externados pela Associação de Supermercadistas do Triângulo Mineiro (Assuper), em reunião, ontem à tarde, na Secretaria de Saúde do Município. Em Uberaba, 14 queijarias já foram cadastradas pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM), mas apenas duas produzem o queijo curado, insuficiente para abastecer o mercado. O produto, bastante demandado para fabricar pão-de-queijo, faz com que os comerciantes e supermercadistas o adquiram de outras regiões produtoras, não detentoras da certificação. Da reunião, intermediada pelo líder governista Cléber Cabeludo (PMDB), participaram o subsecretário de Saúde, Gilberto Magnino; o diretor do SIM, Valdair Landim, diretores da Vigilância Sanitária e alguns empresários. O presidente da Assuper, José Vicente da Silva, questionou a razão de os municípios de Conquista, Sacramento e Araxá terem autorização para fabricar artesanalmente o queijo curado e somente Uberaba não detém autorização do IMA. Em resposta, o diretor do Serviço de Inspeção Municipal, Valdair Landim, afirmou que Uberaba não integra as regiões preestabelecidas legalmente para produzir o queijo curado. Ele afirmou ainda estar em tramitação na Assembleia Legislativa projeto de Lei visando a beneficiar várias regiões, uma delas Uberaba. Parceria para facilitar a aquisição de maquinário específico está sendo formatada com o Banco do Brasil. O dirigente da Assuper também indagou sobre a inexistência de parâmetros para liberação de alvará de funcionamento. A cada fiscalização, segundo José Vicente, muda-se o fiscal, bem como a forma de conduta e a exigência. O subsecretário Magnino informou a demissão de vários fiscais devido a irregularidades, como tentativa de suborno e processos parados visando a beneficiar alguns comerciantes. Ao final da reunião, o vereador Cléber Cabeludo anunciou à intenção de pedir ao prefeito Anderson Adauto (PMDB) a extensão do alvará sanitário para três anos, a exemplo do projeto em tramitação voltado aos estabelecimentos comerciais. Ficou definido que os comerciantes terão 60 dias para se adequar às exigências, avaliando o assunto em nova reunião agendada para segunda quinzena de junho.