Charles III é considerado rei desde a morte de sua mãe, a rainha Elizabeth II, em setembro de 2022 (Foto/Dan Kitwood/AFP)
Charles III será oficialmente coroado em Londres dentro de duas semanas, em uma cerimônia rica em tradição, mas que o rei britânico quer mais simples e moderna do que a de Elizabeth II há 70 anos. E isso desperta muito menos interesse.
Sua coroação, em 6 de maio na Abadia de Westminster diante de 2.000 convidados, incluindo chefes de Estado, cabeças coroadas e membros da sociedade civil, acontecerá oito meses depois que ele assumiu o trono com a morte de sua mãe, que reinou por sete décadas.
A coroação da muito jovem Elizabeth II em 1953 teve 8.000 convidados, uma carruagem do século XVIII e durou três horas.
A de Charles III, de 74 anos e que substituía a mãe há muito tempo, será limitada a pouco mais de uma hora e terá elementos modernos, como uma carruagem climatizada e um óleo vegano.
Mas se a coroação de Elizabeth II foi acompanhada pela BBC por 27 milhões dos então 36 milhões de britânicos, agora 64% dizem não estar interessados, segundo uma pesquisa da YouGov.
Em um Reino Unido em plena crise, com a inflação que não fica abaixo dos 10%, outra pesquisa mostrou que para 51% dos britânicos a cerimônia não deveria ser paga com dinheiro público.
Não haverá "extravagância ou excesso", prometeu o ministro do gabinete Oliver Dowden. Mas "é um momento maravilhoso da nossa história e as pessoas não gostariam de nos ver economizando", acrescentou.
Charles III, cujo papel é meramente cerimonial e sem poder político, chega ao trono em um Reino Unido com múltiplos desafios. Entre eles, aspirações separatistas em duas de suas nações - Escócia e Irlanda do Norte - e a revisão do passado colonial e escravista, que levou o novo rei a apoiar uma investigação sobre o papel da monarquia no tráfico de escravos.
Neste contexto, o grupo antimonarquista Republic planeja um protesto no centro de Londres no dia da coroação.
"A coroação é a celebração do poder e privilégios hereditários, não tem lugar na sociedade moderna", disse seu presidente, Graham Smith. (AFP)
Fonte: O Tempo