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Relembre casos de influenciadores investigados por práticas ilegais em Minas

O mais recente envolve a prisão de um influenciador investigado por falsificação de documentos e por divulgar uma casa de prostituição em BH

O Tempo/Raíssa Oliveira
Publicado em 01/11/2024 às 07:58
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Casos de influenciadores envolvidos em investigações têm se tornado comuns em MG (Foto/Redes sociais)

De promoção de jogos de azar a lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. Os casos de influenciadores envolvidos em investigações policiais têm se tornado comuns nos últimos tempos em Minas Gerais. O caso mais recente aconteceu nessa quarta-feira (30 de outubro) após a prisão de um influenciador, em Belo Horizonte. Ele é investigado por falsificação de documentos e por divulgar uma casa de prostituição. Os detalhes da operação foram divulgados em coletiva da Polícia Civil (PCMG) nesta quinta-feira (31 de outubro). 

O caso é mais um na lista de influenciadores que entraram na mira da justiça em Minas Gerais. Na última quinta-feira (24 de outubro), a influenciadora Eduarda Souza, de 25 anos, foi alvo de operação e teve cerca de R$ 800 mil em bens. Ela é investigada por exploração de jogos de azar, promoção ilegal de rifas, lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra o consumidor. Em pronunciamento na internet sobre a operação, a mulher disse que "todos nós influenciadores estamos sujeitos, principalmente quem é uma pessoa pública", afirmou.

No início de outubro, o influencer digital Gebê, de 26 anos, foi preso durante operação que investiga prática de jogos de azar, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e possível estelionato. Conforme a PCMG, o jovem teria um lucro mensal de R$ 1 milhão de reais com jogos de azar, além de envolvimento em jogos de azar e cassinos on-line. 

Em agosto, o influenciador de Belo Horizonte Nelio Dgrazi, com mais de 1,3 milhão de seguidores na plataforma do Instagram, foi preso em ação que apura crimes de promoção de rifas ilegais, lavagem de dinheiro, associação criminosa e crime contra a economia popular. Relembre outros casos ao longo dos últimos anos ao final da matéria. 

Para o especialista em Segurança Pública, Jorge Tassi, o número de casos envolvendo influenciadores digitais expõe a necessidade de regulação da licitude de práticas de influencers e nos produtos vendidos por eles. "O influenciador é um profissional focado no marketing de produtos e serviços, essas pessoas vendem mercadorias. O produto vendido por ele é o grande x da questão, se ele é lícito ou não. Por isso, uma regulamentação é essencial para garantir o controle de órgãos de segurança pública sobre a atividade dessas pessoas", pontua. 

O especialista cita ainda a necessidade de maior investimento em polícia especializada para crimes no âmbito digital. "As polícias Civil e Federal têm segmentos que trabalham nesse sentido, mas é preciso maior estrutura e normatização porque o número de crimes hoje veiculados em ação digital é muito grande", afirma. 

Tassi explica que esse trabalho precisa ser desenvolvido através de uma força tarefa. "A ideia é possibilitar a busca e análise do que é feito pelos influenciadores para que a polícia consiga identificar quando é conteúdo ofensivo para a sociedade", finaliza.

Relembre investigações envolvendo influenciadores ao longo dos últimos anos em Minas:

Eric Trem Bala

Um influenciador digital Eric Trem Bala, de 32 anos, foi preso em maio desde ano, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte, suspeito de criar esquema de manipulação de rifas, divulgadas pelas redes sociais com cotas a partir de R$ 0,10, para que os prêmios contemplassem amigos e conterrâneos da cidade mineira. Entre os prêmios sorteados estavam valores em Pix, carretas e carros de luxo. 

'Arnon do Grau' 

O influenciador digital "Arnon do Grau", de 29 anos, e mais duas pessoas foram presas pela Polícia Civil de Minas Gerais em novembro de 2022, em Belo Horizonte. O homem que tem mais de um milhão de seguidores nas redes sociais foi detido em por suspeita de envolvimento em homicídio ocorrido na Cabana do Pai Tomás, na capital. 

'Big Jhow'

O influenciador mineiro Elizeu Silva Cordeiro, mais conhecido como Big Jhow, com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, foi preso duas vezes em novembro de 2022, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi preso por desobediência, após se recusar entregar carros usados em supostos sorteios ilegais aos policiais. 

Isabela Cristi Gomes de Barros e David Barros 

A cantora gospel Isabela Cristi Gomes Barros e seu marido, David Robson de Barros foram presos duas vezes, entre 2022 e 2023, sob a suspeita de causarem prejuízos em mais de 300 pessoas, vítimas de golpes usando uma plataforma de investimento financeiro. O casal foi condenado, em maio deste ano, a mais de 9 anos de prisão, pelos crimes de estelionato e esquema de pirâmide. Além da pena, o casal também foi condenado a indenizar as vítimas em mais de R$ 7 milhões. 

Kat Torres 

Katiuscia Torres Soares, 34, conhecida como Kat Torres ou Kat A Luz, foi presa preventivamente em Belo Horizonte sob suspeita de manter pessoas em condições análogas à escravidão nos Estados Unidos, entre outros possíveis crimes. O caso aconteceu em novembro de 2022. 

A influenciadora digital se dizia ser guru espiritual. Ela começou a ser investigada depois que parentes e amigos passaram a procurar uma jovem que foi levada para os Estados Unidos para morar com ela. A suposta vítima deletou as redes sociais e aplicativos de mensagens e interrompeu todo contato com a família.

O caso originou um boletim de ocorrência por suspeita de tráfico humano e uma campanha nas redes. Outros relatos semelhantes foram divulgados em uma página na internet e reunidos pela advogada Gladys Pacheco, que representa cerca de 15 pessoas que se apresentam como vítimas de Kat Torres, inclusive a jovem procurada pela família. Kat foi presa nos EUA por viver ilegalmente no país e deportada para o país.

Fonte: O Tempo

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