Depois que denúncias pelo Fantástico e pelo Jornal Nacional levantaram suspeitas de fraudes milionárias Uberaba também se vê envolvida em escândalo de fraude em licitações
Juiz Ricardo Cavalcante Motta determinou o afastamento do servidor pelo prazo de 180 dias
Depois que denúncias apresentadas pelo Fantástico e pelo Jornal Nacional levantaram suspeitas de fraudes milionárias em licitações com o governo, Uberaba também se vê envolvida em escândalo de fraude em licitações públicas. De acordo com denúncia do Ministério Público, por meio de corrupção ativa e passiva, servidor público da Prefeitura de Uberaba, Marco Antônio Miranda, estaria envolvido na falsificação de orçamentos e cotações de preços e em declarações falsas em licitações no município.
O servidor ocupava cargo de carreira como cotador há quinze anos e teria assumido, como comissionado, a chefia da seção de licitação há quase um ano. De acordo com o secretário de Administração, Rômulo Figueiredo, até o momento, Marco Miranda estava de férias e deveria retornar ontem ao trabalho, já que a Administração ainda não tomou conhecimento formal da decisão da Justiça. No entanto, o secretário afirma que o servidor já está sendo exonerado do cargo comissionado e a Prefeitura aguarda orientação da Procuradoria Municipal para dar seguimento ao afastamento.
Devido à gravidade das provas, como escutas telefônicas, o juiz titular da 1ª Vara Criminal, Ricardo Cavalcante Motta, determinou o afastamento do servidor pelo prazo de 180 dias. Ele estuda o caso e pode ter parecer favorável à investigação do promotor José Carlos Fernandes Júnior. Segundo a inicial, há “verdadeiro esquema de concessão de propinas, capitaneado pelo denunciado Marco Antônio Miranda, que auferia todas as vantagens indevidas, para que, no exercício de suas funções, auxilie, instrua e informe licitantes, de modo a facilitar suas participações. E até mesmo o sucesso em certames realizados pelo município de Uberaba”.
As vantagens recebidas pelo servidor vinham do empresário Eugênio Crosara, que realizou construção de apoios para piscina da UAI, mesmo estando inabilitada para o serviço, porque a empresa Remacci Construções Urbanas Ltda. teria emprestado seu nome para a licitação. Em outra oportunidade, recebeu vantagem da empresa Remacci, pertencente a José Servilio Fulim, que também teria fraudado licitação para reforma de UBS na comunidade rural de Santa Fé.