Cada ano que passa o Carnaval de São Paulo mostra evoluções. Este ano não foi diferente. Os destaques da primeira noite das apresentações das escolas de samba no Anhembi foram a Acadêmicos do Tucuruvi, cujo reggae foi o som que deu o ritmo, e a Vai-Vai, que contou a história dos seus 80 anos de existência e homenageou a Copa do Mundo. O samba enredo da Tucuruvi empolgou tanto o público na arquibancada que as pessoas começaram a fazer a mesma coreografia da bateria. Em busca de uma colocação melhor que o 7º lugar conquistado em 2009, a escola levou ao sambódromo o enredo sobre São Luiz do Maranhão. A dançarina Sheila Mello, madrinha de bateria da escola, quase não conseguiu entrar na concentração por causa do empurra-empurra causado pela sua presença. Já a Vai-Vai, última escola a entrar na avenida teve que enfrentar o cansaço e a ansiedade que provocaram o desmaio de três integrantes da escola. Recheada de artistas e personalidades, como Milton Gonçalves e Neusa Borges, que representaram rei e rainha africanos, o ministro dos esportes Orlando Silva, os jogadores Cafu e Roque Junior eram alguns dos diversos destaques. A Imperador do Ipiranga, que abriu a noite de apresentações, entrou no sambódromo cantando o enredo Da Antiguidade à Tecnologia: Medicina, a nobre arte de salvar vidas, composto em parceria com o rapper Happin Hood. A destaque da escola, a modelo Dani Sperle, precisou de muito samba para esconder parte do corpo, depois que perdeu a calcinha durante a apresentação. A Leandro de Itaquera usou cinco carros para contar a história do vermelho e branco, as cores da agremiação. Um dos carros representou a fecundação, tema presente em um dos veículos. Em cima do carro abre-alas, destaques de sunga branca beijam mulheres de lingerie vermelha para representar as "grandes celebrações". Antes do último carro passar pela avenida, ainda na concentração, um defeito ofuscava as cores e o brilho da Leandro e diversos componentes da escola precisaram de muito ritmo e samba no pé para consertar e empurrar os carros. A Mancha Verde comemora esse ano uma década na avenida e trouxe o enredo Aos Mestres com Carinho! Mancha Verde Ensina Como Criar Identidade!, prestando uma homenagem à educação e aos mestres do mundo. A comissão de frente da Mancha destacou a lenda de Orfeu, já o carro com leopardo de quatro cabeças era o abre-alas. O educador Paulo Freire também foi homenageado e lembrado na avenida. Na frente da bateria, a rainha Viviane Araújo se vestiu de gueixa para homenagear os sábios orientais. Com o samba enredo A Indústria que manipula o Ferro é a mãe de todas as outras, um dos grandes destaques da apresentação da Unidos de Vila Maria foi a musa Sheila Carvalho, que veio como madrinha de bateria. Dois integrantes da comissão de frente da Vila Maria passaram mal logo depois da apresentação e acabaram desmaiando na dispersão. Foi preciso da ajuda dos integrantes e dos diretores da escola para empurrar um dos carros que simulava a fabricação do aço, que bloqueou a saída e atrapalhou o desenvolvimento da escola. A Rosas de Ouro apostou em uma homenagem da bateria ao personagem Willy Wonka, da Fantástica Fábrica de Chocolate. Um pedaço da roupa da modelo e rainha da bateria Ellen Roche caiu e rapidamente os diretores tentaram solucionar o problema, mas isso poderá custar alguns pontos para a escola. Já a comissão de frente quase não entrou na avenida. No momento da entrada, a escola contava apenas com cinco participantes, o mínimo exigido pelo regulamento são seis integrantes. Os desfiles de ontem começaram às 21h, com o grupo de afoxé Coroa de Dada. Em seguida, entraram no Anhembi Águia de Ouro, Tom Maior, Mociedade Alegre, X-9 Paulistana, Gaviões da Fiel, Império da Casa Verde e Pérola Negra.