Por maioria de votos, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou o parecer do relator, ministro Fernando Gonçalves, e determinou a revogação da prisão do ex-governador do Distrito Federal (DF) José Roberto Arruda (sem partido). Segundo o ministro, “não há mais razão para a prisão preventiva”. A Corte votou contra parecer do Ministério Público Federal (MPF), que defendia a permanência de Arruda na prisão. Gonçalves disse que o relatório com os depoimentos tomados pela Polícia Federal (PF) chegou ontem às suas mãos e, como esta seria sua última sessão, ele preferiu levá-los à deliberação da Corte.
O julgamento começou às 15h10. O Ministério Público Federal deu parecer contra a soltura de Arruda, alegando que ainda aguardava o fim das investigações sobre o suposto envolvimento do ex-governador em um esquema de corrupção no Distrito Federal para dar novo parecer.
Arruda permaneceu preso por dois meses na sede da Superintendência da Polícia Federal por suspeita de tentativa de suborno de uma testemunha da operação “Caixa de Pandora”, que desbaratou esquema de arrecadação e distribuição de propina envolvendo empresários e integrantes do alto escalão do governo do Distrito Federal.
O ex-governador deixou a prisão por volta de 17h30. "A primeira coisa que ele vai fazer é ver a família", afirmou o seu advogado, Nélio Machado, para quem Arruda foi eleito “bode expiatório” e “está sendo condenado sem ser julgado".