O governo pretende apresentar em 2010 um projeto de lei acabando com a forma diferenciada que a legislação trabalhista trata os trabalhadores domésticos
O governo pretende apresentar em 2010 um projeto de lei acabando com a forma diferenciada que a legislação trabalhista trata os trabalhadores domésticos.
Segundo o coordenador nacional de Combate à Discriminação de Raça e Etnia no Trabalho e Emprego, Anderson Brito Pereira, o grupo de trabalho criado em 2008 pelo Ministério do Trabalho (MT) para discutir o assunto deve apresentar a proposta até o fim do próximo ano. Ao participar ontem do Seminário Nacional Ampliando os Direitos das Trabalhadoras Domésticas, Brito destacou que a posição do ministério é de defender a igualdade da legislação trabalhista também para as trabalhadoras domésticas.
O ministro da Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial, Edson Santos, que também participou do seminário, defendeu formas de dar melhores condições de moradia, escolaridade e condições de trabalho ao segmento de trabalhadores domésticos, e lembrou que o governo tem oferecido oportunidades por meio do Plano Nacional de Qualificação para a categoria. “No Brasil há seis milhões de trabalhadoras domésticas. Destas, apenas 25,8% têm carteira assinada. Nosso país guarda ainda muitos resquícios do período escravagista, e por causa da necessidade de sobrevivência [dessas profissionais], muitas acabam aceitando a informalidade”, disse o ministro.
De acordo com a presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Creuza de Oliveira, “muitos advogados se recusam a aceitar nossas causas devido ao baixo valor que costuma envolver esse tipo de ação”, disse, pouco depois de agradecer a colaboração dos advogados ligados ao movimento.