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Uberaba lidera produção nacional de cana de açúcar

Publicado em 29/04/2023 às 10:43
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Com mais de 115 mil hectares de área plantada na atual safra, Uberaba lidera o ranking nacional na produção de cana de açúcar. A expectativa do setor é de uma safra recorde, superando até mesmo a marca histórica alcançada em 2020. Com usinas robustas em franca produção no município de Uberaba e região, o setor impactou a economia da cidade e do campo, onde hoje ocupa mais espaço do que os tradicionais pastos de antigamente.

No Brasil, a produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 deverá crescer  4,4% em relação ao ciclo 2022/23, sendo estimada em 637,1 milhões de toneladas. O incremento é influenciado tanto pelo melhor rendimento das lavouras, como pela maior área destinada ao cultivo da cultura, como mostra o 1º Levantamento de Cana-de-Açúcar divulgado nesta quarta-feira (26) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para área, a estatal espera que sejam destinados 8,4 milhões de hectares de cana para a colheita, com um rendimento médio de 75.751 quilos por hectare. O presidente da Siamig – Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais, Mário Campos Júnior, está otimista em relação à safra 23/24, apesar das incertezas que cercam a principal estrela do setor, o etanol. 

Para o presidente da Siamig, Mário Campos, este deve ser o ano do açúcar (Foto/Divulgação Siamig)

Para o presidente da Siamig, Mário Campos, este deve ser o ano do açúcar (Foto/Divulgação Siamig)

 JM - Qual a expectativa da Siamig para a safra 23/24 em Minas Gerais?

MÁRIO CAMPOS – Estamos iniciando a safra 23/24, uma safra diferente das anteriores, porque estamos com boas expectativas de fazer a maior safra da história de Minas. Nosso recorde foi em 2020, quando moemos 70 milhões de toneladas de cana. Este ano nossa expectativa é ultrapassar essa marca, com uma produção de açúcar semelhante à de 2020 e produção maior de etanol também.

JM – Qual o impacto na produção de açúcar e etanol?

MÁRIO CAMPOS – Esperamos chegar bem perto do recorde de produção do açúcar alcançado em 2020, assim como voltarmos a produzir mais de 3 milhões de litros de etanol, que é uma produção considerável no Estado. Para o açúcar, este ano será bastante interessante. Minas é o segundo maior produtor do Brasil e o segundo maior exportador também, sendo que 70% da nossa produção são exportados. O açúcar está  vivendo um momento muito bom no mercado internacional. O  Brasil está fazendo uma de suas maiores safras de açúcar da história, e mesmo assim os preços continuam remunerativos, em razão dos problemas enfrentados pelos concorrentes internacionais. Assim, tanto no mercado externo, quanto interno, o açúcar deve apresentar um bom desempenho este ano. 

Já em relação ao etanol, há muitas incertezas. Nós estamos vivendo um momento delicado. No ano passado houve mudanças significativas na tributação dos combustíveis no Brasil, o que afetou frontalmente a competitividade do etanol. Nós perdemos muito share no mercado. Mas, agora, com a retomada da produção, vamos buscar recuperar essa participação de mercado que foi perdida.  Estamos observando com atenção a recomposição gradual da tributação, tanto em nível federal, quanto estadual. Ainda resta a incerteza sobre o futuro de como será a política de preços da Petrobras, dado que a atual gestão da empresa quanto do governo federal têm feito críticas à metodologia até então adotada e não se sabe qual o modelo que será adotado para substituí-lo. Isso gera uma insegurança grande no mercado.  De qualquer forma, nossa expectativa é que seja um ano positivo, com possibilidade de bom desempenho do açúcar, enquanto o etanol vai depender dessas definições.

JM – Com relação ao mercado da bioeletricidade, as expectativas também são boas?

MÁRIO CAMPOS – Este ano é mais desafiador para o mercado de energia, porque estamos com preços muitos baixos em função do período longo de chuvas. Os reservatórios estão cheios, o que faz com que o mercado de energia tenha preços mais baixos. Nós temos os contratos já com precificação definida, mas, para a energia adicional, o que vale é o preço de mercado. E aí não há muito incentivo para o incremento da produção.

JM – Qual a importância do Triângulo Mineiro, em especial de Uberaba, para a produção de açúcar e etanol no país?

MÁRIO CAMPOS – Uberaba é o maior município canavieiro do Brasil e respira o agronegócio. O Triângulo Mineiro representa quase três quartos da produção mineira, com importante participação na produção nacional de açúcar, etanol e bioeletricidade. Temos corredores logísticos importantes aqui, tanto para o açúcar quanto para o etanol. 

Em 2024 será inaugurada a primeira planta de biogás em Minas, já nesse processo de diversificação, com conceito de economia circular, que está muito presente no setor. Assim, além da produção de açúcar e etanol, o setor está diversificando com a produção da bioeletricidade e no ano que vem com o biogás.

Cana de açúcar (Foto/Divulgação)

Cana de açúcar (Foto/Divulgação)

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