“A cidade está um caos. A imagem de cadáveres se amontoando no chão é mais desesperadora ao vivo, já que já estão exalando odores”, afirmou
“A cidade está um caos. A imagem de cadáveres se amontoando no chão é mais desesperadora ao vivo, já que já estão exalando odores”, afirmou o uberabense que está em trabalho no Haiti, José Antônio dos Santos, o Marujo, em entrevista via internet ao Jornal da Manhã.
O professor está há quatro meses naquele país trabalhando como intérprete para uma empresa brasileira de construção rodoviária e, segundo ele, grupo que estava em Camp-Perrin, viajava constantemente a Porto Príncipe, onde foi registrado o epicentro do terremoto. “Dos que trabalhavam na empresa, duas pessoas morreram, o uruguaio Daniel Varesi, e o canadense Richard Proteau. Havia ainda um colega brasileiro que estava na capital no momento do terremoto. Ele estava em uma residência que faz parte do hotel que desabou onde ficamos hospedados quando vamos pra lá. Apesar do desespero, felizmente ele está bem”, afirma.
Estimativas da ONU apontam que mais de 3 milhões de pessoas foram atingidas pelo terremoto na noite da última terça-feira (12), dentre os quais mais de 100 mil mortos. O Brasil mantém uma força-tarefa de paz no Haiti, e além dos 15 mortos já confirmados, entre eles a fundadora e criadora da Pastoral da Criança Zilda Arns, ainda outros quatro militares estão desaparecidos.
Entre as vítimas fatais estão os militares de Patos de Minas, Raniel Camargos e Leonardo de Castro Carvalho, de 29 anos, de São João Del Rei, que após seis meses de missão no país, voltaria ao Brasil no sábado.
Marujo ainda falou que mesmo com a falta de água, alimentação, alojamentos, além dos serviços de água e energia estarem interrompidos, imprensa do mundo inteiro está se instalando no país. “Um hospital grande, também foi abaixo. Estrangeiros tentam sem muito sucesso retornar aos seus países, e moradores da capital estão fugindo para as cidades menores. O trânsito está caótico e algumas rodovias estão interditadas devido às rachaduras. Aeroportos, apenas os das cidades pequenas estão funcionando”, lamenta.
Marujo comentou que um helicóptero iria transportar o grupo até Santo Domingo, capital da República Dominicana ainda ontem, e de lá provavelmente retornaria ao Brasil.