ESTUDO

Uso de celular antes dos 12 eleva risco de depressão, obesidade e distúrbios do sono

Pesquisa publicada na revista Pediatrics contou com mais de 10 mil participantes e aponta maior risco quanto mais cedo o acesso ao dispositivo

O Tempo
Publicado em 01/12/2025 às 19:14
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Uma pesquisa publicada na revista científica Pediatrics nesta segunda-feira (1/12) revela que crianças que receberam aparelhos celulares antes dos 12 anos têm maior probabilidade de desenvolver depressão, obesidade e problemas de sono em comparação com aquelas que não tiveram acesso aos dispositivos tão cedo. O estudo analisou dados de mais de 10.500 crianças participantes do Adolescent Brain Cognitive Development, considerado o mais abrangente estudo de longo prazo sobre o desenvolvimento cerebral infantil.

A pesquisa indica que quanto mais jovem a criança ao receber o primeiro celular, maiores os riscos identificados para obesidade e sono insuficiente, embora não estabeleça uma relação causal direta entre o uso precoce de celulares e os problemas de saúde identificados.

Impactos na saúde física e mental

"Quando você dá um celular para seu filho, precisa pensar nisso como algo significativo para a saúde da criança — e agir de acordo", afirmou o Dr. Ran Barzilay, autor principal do estudo e psiquiatra infantil e adolescente do Hospital Infantil da Filadélfia, em entrevista ao The New York Times. O especialista também destacou que uma "criança de 12 anos é muito, muito diferente de uma criança de 16 anos".

Um levantamento de 2023 mostrou que entre crianças de 11 e 12 anos que mantinham dispositivos eletrônicos em seus quartos, quase 17% eram acordadas por notificações durante a noite. Outro dado preocupante revela que mais de 80% das crianças entre 11 e 17 anos não atingem a quantidade recomendada de atividade física diária, devido, em parte, à crescente fixação em telas.

O sedentarismo resultante pode afetar a saúde e o comportamento social das crianças. Como a adolescência representa um período essencial para o desenvolvimento, essas mudanças podem ter efeitos duradouros na saúde mental e física, segundo os pesquisadores.

Estudos apresentam resultados divergentes

Uma pesquisa com pais realizada em outubro indicou que a maioria das crianças entre 11 e 12 anos possui um smartphone para que seus pais possam contatá-las rapidamente. No entanto, estudos recentes apresentam conclusões diferentes sobre o impacto real do uso de celulares na saúde infantil.

Uma revisão de estudos de 2020 encontrou uma relação inconsistente entre o uso de celulares por adolescentes e problemas de saúde mental como depressão e ansiedade. Pesquisadores de Stanford concluíram que crianças que receberam um telefone antes dos 11 anos não apresentaram taxas mais elevadas de problemas de sono, dificuldades escolares ou sintomas de depressão.

Apesar dessas divergências, muitos pais optam por manter seus filhos longe dos celulares na tentativa de limitar possíveis efeitos negativos. Uma pesquisa de 2024 revelou que até 3 em cada 4 jovens da Geração Z atribuem à mídia social o agravamento de problemas de saúde mental, relatando que o uso de aplicativos populares os deixava mais ansiosos e estressados.

Os prejuízos do excesso de tempo de tela incluem aumento de ansiedade, fadiga ocular e déficit de atenção. Existem também ameaças à segurança como cyberbullying e exposição a conteúdo inadequado.

Embora não exista uma "idade certa" para dar um celular a uma criança, especialistas recomendam avaliar o preparo para o uso do aparelho caso a caso, considerando o nível de responsabilidade e maturidade emocional de cada criança. Os pais também devem estar atentos ao próprio tempo de tela, pois o uso prolongado de tecnologia pode afetar bebês e crianças pequenas, inclusive seu comportamento social.

Fonte: O Tempo.

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