O presidente da Vale, Roger Agnelli, alertou ontem sobre os riscos de uma eventual redução da tarifa de importação do aço pelo governo como forma de combater a inflação e rebateu críticas de que o aumento do minério de ferro esteja contribuindo para a alta dos preços.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) informou que a inflação pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) acelerou fortemente, pressionada por um salto nos custos do minério de ferro e pelos salários na construção. O indicador subiu 2,21% na primeira prévia de junho, maior alta desde dezembro de 2002, ante 0,47% em igual período de maio.
"Aço é importante insumo para várias indústrias e é uma indústria importante no Brasil. A gente tem que olhar isso com muita cautela", afirmou Agnelli a jornalistas depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele contou que argumentara a Lula e ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a metodologia do IGP-M está equivocada.
Segundo Agnelli, ela considera que todo o minério de ferro produzido pela Vale é vendido no Brasil, enquanto na realidade isso só ocorre com 10% da produção da companhia. Apesar de algumas siderúrgicas brasileiras possuírem minas próprias, a maioria não produz minério suficiente para sua produção de aço e precisa comprar matéria-prima adicional no mercado.