Wilma Petrillo e Gal Costa (Foto/Instagram/Reprodução)
Wilma Petrillo, empresária e viúva de Gal Costa (1945-2022), foi acusada por amigos e ex-funcionários da cantora de de aplicar golpes financeiros milionários, fazer ameaças, assédio moral e relacionamento. Em um reportagem especial de Thallys Braga, publicada na edição de julho da revista Piauí, os entrevistados chegaram a dizer que ela levou a cantora à falência.
Ao todo, treze pessoas foram ouvidas pela reportagem, seis ex-funcionários, seis amigos e um parente da baiana, que morreu novembro do ano passo, aos 77 anos, mas a causa do óbito não foi divulgada.
Empréstimo, chantagem e ameaças
O médico Bruno Prado, amigo do casal, começa a matéria contando que a empresária pediu entre R$ 10 mil e R$ 15 mil emprestados para uma cirurgia nos olhos, que Gal teria feito recentemente, mas não recebeu o pagamento da dívida dentro do prazo que havia combinado com Wilma, que o teria chantageado ao ser cobrada.
O médico, que é gay, ainda não havia se assumido pela família quando contou sua orientação sexual para a viúva da cantora que usou seu segredo contra ele. "Se você continuar me cobrando, eu vou fazer uma coisa muito bonitinha: conto pro teu pai que você é viado", relatou Bruno, que acrescentou: "Quando ela falou isso, eu tremi".
Neste momento, o rapaz decidiu contar toda a história para Gal Costa através de um e-mail. A artista garantiu que o pagamento seria feito pela esposa, que cumpriu o combinado, mas ainda assim enviou para o consultório do pai de Bruno uma foto do rapaz beijando seu namorado, mas o final foi feliz, já que sua família o acolheu.
No entanto, essa história não parou por aí. Isso porque Wilma teria continuado com as ameaças à Bruno, como "você vai tomar uma surra tão bonita que vai aprender a respeitar os outros" e "você não tem vergonha de pedir dinheiro para uma mulher mais velha, sua bicha?". O médico então fez um boletim de ocorrência, mas os ataques não pararam.
Bruno contou que durante uma viagem a Nova York, Wilma teria ligado para ele falando que sabia onde ele estava hospedado e que, por ter morado na cidade, "conhecia gente que poderia dar um jeito nele". O médico diz que embarcou para outro estado dos EUA e que, logo depois, recebeu o cheque com o pagamento da dívida e nunca mais teve contato nem com a empresária nem com Gal Costa.
Assédio moral e humilhações nos bastidores
Outro personagem ouvido pela matéria foi o produtor Ricardo Frugoli, diz que tem más lembranças do período em que trabalhou com Wilma Petrillo. Ele contou que Gal Costa chegou a perder oportunidades shows nacionais e internacionais por causa do comportamento da empresária.
Além dele, outros ex-funcionário teriam sido alvo de intrigas, acusações infundadas de furto e até desenvolvido depressão em decorrência das humilhações sofridas nos bastidores.
Assim como Bruno, Ricardo também decidiu abrir o jogo com a cantora, que ficou furiosa com a possibilidade de estar sendo roubada. Depois disso, os dois nunca mais falaram sobre o assunto e o produtor continuou com seu trabalho por causa de Gal, mesmo com o bullying que sofria.
"Durante muito tempo, fui o cara que não deixou a bomba explodir. Continuar ali era importante para protegê-la do que vinha acontecendo na carreira e dentro de casa", relatou o profissional, que foi demitido quatro dias depois de registrar um boletim de ocorrência contra Wilma por ameaças.
Patrimônio e dívidas
Um dos ex-funcionários entrevistados pela Piauí descreveu a conta bancária de Gal Costa como "um buraco negro", visto que a cantora colecionava diversas dívidas, como contas de restaurantes, pagamentos de empregados, mensalidade escolar do único filho da baiana, Gabriel, e Receita Federal dos Estados Unidos.
Amigos relataram que a artista disse que não voltava aos EUA por medo de ser presa. Isso porque Wilma vendeu um imóvel da esposa no país, mas não arcou com o pagamento dos impostos devidos.
Todas as pessoas ouvidas na matéria concordam que as finanças de Gal foram minadas no período em que Wilma e Gal estiveram juntas.
Além disso, dentre os bens herdados por Gabriel, o item de maior valor é um imóvel comprado por R$ 5 milhões em 2020, nos Jardins, bairro nobre da cidade de São Paulo.
Relacionamento abusivo
Um dos funcionários responsáveis por resolver assuntos pessoais de Gal Costa e Wilma Petrillo afirma que testemunhou uma discussão entre as duas em 2015. "O dinheiro entra e some, as dívidas não param de chegar. Que tipo de empresária é você?", teria questionado a cantora na época ao que a empresária respondeu: "Você é uma velha, as pessoas não querem mais te contratar". O entrevistado disse que entre o casal teria chegado a ser físico.
A cantora teria comentado que se largasse Wilma, ela levaria metade de tudo o que ela tinha sem nunca ter trabalhado de verdade para conseguir alguma coisa.
O jornalista Thallys Braga afirma que procurou Wilma Petrillo para que contasse a sua versão dos fatos, mas empresária chegou a bloquear o repórter no WhatsApp. Em seguida, o advogado da viúva de Gal Costa mandou uma advertência por escrito para que a revista não publicasse a matéria ou as medidas judiciais cabíveis seriam tomadas. Antes da publicação, a Piauí procurou ela novamente, mas não obteve retorno.