Polícia Militar está no local e dará início à retirada forçada dos invasores
(Foto/Reprodução)
Imóveis do Residencial Alfredo Freire IV, em Uberaba, foram invadidos por famílias neste sábado (19). As casas, pertencentes à Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra), fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida, sob a responsabilidade da Caixa Econômica Federal. A Polícia Militar foi acionada para garantir a desocupação dos imóveis e tem autorização para a retirada forçada dos invasores.
As obras no residencial estão paralisadas por determinação do Ministério Público e, até o momento, não há data prevista para a retomada. A situação do Alfredo Freire IV é alvo de uma ação judicial, e a responsabilidade pela conclusão das obras é da Caixa.
A presidente da Cohagra, Erika Martins, juntamente com a equipe jurídica da Companhia, está no local prestando esclarecimentos e oferecendo suporte às famílias. O órgão esclarece que a responsabilidade pela seleção da construtora para a conclusão da obra é da Caixa Econômica Federal, instituição financeira responsável pelo empreendimento. À Companhia, cabe apenas a seleção das famílias beneficiárias, de acordo com as diretrizes do Governo Federal. Ela alertou ainda que a invasão pode prejudicar os beneficiários do programa. O Município segue acompanhando a situação de forma rigorosa e solicitará uma nova reunião com a Caixa para tratar do assunto com a urgência necessária.
“As obras estão paralisadas, porque houve uma intervenção do Ministério Público, e o processo já está em fase final de liberação para a Caixa retomar as atividades. As famílias que já foram contempladas e invadirem agora, perderão o direito à casa. Quando a Caixa fizer a chamada, se for identificada a invasão, o contrato não será autorizado”, explicou.
No local, a Polícia Militar, sob o comando da tenente Andrea, está fazendo o monitoramento e orientando os ocupantes a desocuparem as casas de forma voluntária. A tenente reforçou que a PM tem ordem expressa para retirar à força os invasores, caso não saiam em até 30 minutos. “A maneira de hoje está incorreta, e quem não sair, temos ordens expressas para retirar. Estamos aguardando esforços operacionais para retirar as pessoas invasoras”, disse a oficial, alertando que a ocupação irregular pode resultar na perda definitiva do direito à moradia quando o processo judicial for finalizado.
Cerca de 10 casas foram invadidas durante o protesto, e manifestantes relataram estar aguardando há anos para receber as unidades do Alfredo Freire IV. Alguns afirmaram estar cadastrados no programa desde 2018 e outros há mais tempo, mas sem previsão de contemplação. O vereador Paulo César Soares China (PCdoB) também acompanhou o ato e pediu agilidade na conclusão do projeto, sugerindo que as famílias contempladas sejam remanejadas para outros conjuntos habitacionais em fase de execução.
A obra no Alfredo Freire IV começou em 2013, mas desde então enfrentou diversos problemas. Após o abandono do canteiro pela primeira construtora e a desistência de outra em 2019, as famílias estão aguardando a entrega das 540 moradias há quase cinco anos. O Ministério Público espera que a Caixa apresente um cronograma para retomar as obras até o fim deste mês.