Médico-legista Romeu Norte Pereira, que já chefiou o IML de Uberaba, ladeado por seus advogados de defesa (Foto/Divulgação)
O médico-legista aposentado Romeu Norte Pereira, 72 anos, foi levado a júri popular e absolvido. Ele foi acusado de homicídio doloso contra Arthur Pereira da Silva, à época com 35 anos. O crime aconteceu em outubro de 2016.
Os jurados acataram a tese dos defensores de legítima defesa. O julgamento teve início na manhã de ontem e se estendeu até as 20h, quando foi proferida a sentença, que ainda cabe recurso.
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O julgamento foi presidido pelo juiz de Direito da 3ª Vara Criminal em Uberaba. O réu teve como defensores os advogados Pedro Leopoldino de Oliveira e Alexandre Costa Neto. A acusação foi feita pela promotora de Justiça Carolina Marques Andrade e teve como assistente de acusação o advogado Leuces Teixeira.
Conforme o inquérito policial, o crime aconteceu no dia 1º de outubro de 2016, na rua Antônio Rodrigues Braga, bairro Irmão Soares, e vitimou Arthur com um tiro no peito, após o acusado tirar satisfações com a vítima, que havia discutido e brigado com o filho do médico-legista nas proximidades de uma choperia.
Segundo o que foi apurado na investigação, momentos antes do homicídio, o filho do médico-legista passava de caminhonete pela rua Coronel Bento Ferreira, quando um "flanelinha", ao atravessar a pista, o obrigou a frear bruscamente a caminhonete. Em discussão, o jovem empurrou o "flanelinha". Nesse momento, a vítima, que estava em frente à choperia, saiu em defesa deste, agredindo o filho de Romeu Norte. Durante a briga, a vítima chutou e danificou as portas da caminhonete.
Informado da confusão, quando o médico-legista Romeu Norte chegou ao local, a briga já havia acabado. Mesmo assim, ele foi conversar com a vítima para convencê-la a arcar com os danos na lataria da caminhonete. Arthur se recusou e discutiu com o acusado, que estava armado e efetuou um disparo no peito da vítima, fugindo do local.
Pouco tempo depois do homicídio, o então suspeito, o médico Romeu Norte Pereira, se apresentou, acompanhado do seu advogado, e entregou a arma do crime. Ele alegou que atirou para se defender de agressão por parte da vítima.
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