Durante a ação, o autor foi preso em flagrante por maus-tratos a animal e também por ameaçar sua companheira com uma pistola de pressão, semelhante à utilizada pela PMMG (Foto/Divulgação)
Uma denúncia de maus-tratos contra uma cadela da raça Pit Bull, feita por protetoras independentes, levou a Polícia Militar até uma residência no bairro Parque das Laranjeiras, em Uberaba. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o animal em situação grave de negligência e sofrimento, e, durante a abordagem, ainda flagraram o tutor ameaçando sua companheira com uma pistola de pressão. A ocorrência revelou também o cultivo e posse de substância semelhante à maconha.
O grupo de protetoras relatou ao Jornal da Manhã que a cadela vivia nas ruas do bairro, onde era alimentada e cuidada pelos moradores, enquanto tentavam localizar um possível tutor. “Ela estava sendo cuidada na rua até que um dia simplesmente desapareceu. Ele tirou a cachorra da rua para fazer isso com ela”, relatou, indignada, Alessandra Piagem, protetora animal e fundadora do Abrigo dos Anjos, que acompanhou o resgate junto com outras voluntárias.
O animal foi imediatamente resgatado e está internado no Hospital Veterinário da Uniube (HVU), onde recebe tratamento intensivo e acompanhamento das protetoras (Foto/Reprodução)
A cadela foi localizada no quintal da residência em situação extremamente crítica. Com um dos olhos gravemente ferido, ela ficou cega do lado atingido e possivelmente precisará passar por cirurgia para remoção ocular. O animal foi imediatamente resgatado e está internado no Hospital Veterinário da Uniube (HVU), onde recebe tratamento intensivo e acompanhamento das protetoras.
Durante a ação, o autor foi preso em flagrante por maus-tratos a animal e também por ameaçar sua companheira com uma pistola de pressão, semelhante à utilizada pela PMMG. No interior da casa, a polícia localizou um tablete de substância semelhante à maconha, uma planta da mesma espécie sendo cultivada em um vaso e a arma usada nas ameaças.
Segundo o delegado de Polícia Civil Elinton Feitoza, a prisão foi ratificada apenas pelo crime de maus-tratos. “A situação foi apresentada no plantão e os dois envolvidos tiveram suas prisões ratificadas pela prática do delito de maus-tratos. Ambos foram encaminhados para a penitenciária local e serão submetidos à audiência de custódia”, informou. Os demais crimes não tiveram elementos suficientes para manter a prisão em flagrante.
Apesar da gravidade dos fatos, o caso teve um desfecho a ser comemorado: o resgate da cadela, que agora está sob cuidados veterinários e longe do sofrimento que enfrentava. A ação das protetoras foi essencial para que o crime fosse descoberto e o animal tivesse a chance de um recomeço.
O crime de maus-tratos a animais é previsto no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), e desde 2020, com a sanção da Lei 14.064, prevê pena de 2 a 5 anos de reclusão, além de multa e proibição de guarda, quando se trata de cães e gatos. O caso segue sendo acompanhado por protetores e autoridades, enquanto a cadela aguarda uma nova chance, longe da crueldade.