
O furto de fiação vai além do prejuízo material, afetando diretamente a população (Foto/Divulgação)
As forças de segurança de Uberaba têm intensificado operações conjuntas para combater o furto qualificado e, principalmente, a receptação de fios de energia, crime que tem impacto direto na mobilidade urbana e nos serviços públicos da cidade, conforme informações do delegado Felipe Colombari, chefe do 5º Departamento de Polícia Civil. As ações envolvem a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Guarda Civil Municipal (GCM) e setores de Posturas do município.
De acordo com Colombari, as operações ocorrem praticamente de forma semanal e têm como foco principal os estabelecimentos que atuam ilegalmente na compra de fios furtados, em especial ferros-velhos clandestinos. “O objetivo é desacreditar essas empresas que funcionam na ilegalidade, muitas vezes de forma familiar, operando 24 horas por dia e recebendo fio de cobre de madrugada, três ou quatro horas da manhã”, explicou.
Segundo o delegado, além das ações ostensivas, a Polícia Civil mantém diversas frentes investigativas em andamento. “Hoje, devo ter quase duas dezenas de inquéritos instaurados para apurar esses crimes. Em algumas situações, a Polícia Militar consegue a prisão em flagrante; em outras, a Polícia Civil identifica o autor do furto e o receptador, que acabam sendo indiciados. É questão de tempo para serem denunciados e condenados”, afirmou.
Colombari ressaltou ainda que o furto de fiação vai além do prejuízo material, afetando diretamente a população. “Não é só o furto do objeto. Muitas vezes, acaba inutilizando estações do BRT, prejudicando milhares de pessoas, que precisam andar 500 metros ou até um quilômetro a mais por conta da desativação do local”, pontuou. Recentemente, em Uberaba, novo ato de vandalismo e furto de fiação em estação do BRT foi registrado, culminando, inclusive, na prisão em flagrante do suspeito, durante a madrugada.
Combate ao mercado clandestino
Para o delegado, a repressão à receptação é fundamental para quebrar o ciclo do crime. Por isso, as operações, segundo ele, são recorrentes. “É um trabalho constante. Chega até a ficar repetitivo falar, mas ele é necessário. O criminoso vê que casas hoje têm câmeras, cercas, alarmes. O fio acaba se tornando um alvo fácil, principalmente para sustentar o vício. Mas já tivemos casos graves, inclusive com registro de morte”, alertou.
Colombari destacou que a integração entre as forças de segurança é decisiva para os resultados. “A atuação conjunta da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Guarda Municipal e dos órgãos de fiscalização é um fator preponderante para o sucesso das ações, já que sem receptador, o furto deixa de ser atrativo. Por isso, o fechamento de estabelecimentos clandestinos é essencial, e aí entra o trabalho conjunto com a Postura do município”, concluiu. Em março deste ano, esse trabalho integrado levou à interdição de quatro ferros-velhos no município, durante operação contra a receptação de cabos furtados. Já em abril, cerca de 31 quilos de fio de cobre foram apreendidos e o proprietário do estabelecimento preso.
As forças de segurança também reforçam a importância da participação da população. “Esses furtos costumam durar 15 ou 20 minutos. Muitas vezes, pessoas passam, veem a ação e não acionam a polícia. Uma ligação pode resultar em prisão em flagrante e facilitar muito nosso trabalho”, finalizou o delegado.