A suspeita inicial é de que o garoto, que chegou ao Hospital Regional sem vida, tenha sido vítima de alguma intoxicação, incluindo medicamento e ração de animais
A criança P.S.S.D.S., de apenas 5 anos, deu entrada no pronto-socorro infantil do Hospital Regional José Alencar Gomes da Silva, por volta das 6h de ontem, sem temperatura e com rigidez de mandíbula, o que inviabilizou procedimentos de ressuscitação por parte da equipe médica. Ele já estava morto há algumas horas. A suspeita inicial foi de intoxicação por medicamento para descongestionar o nariz e, depois, por ter supostamente ingerido ração para cães. O corpo da criança foi encaminhado ao IML para exame de necropsia e assim apontar a verdadeira causa da morte. A Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) foi informada do caso e já instaurou inquérito policial.
Segundo informações, a Polícia Militar foi chamada no pronto-socorro do Hospital Regional, onde funcionários relataram que a criança deu entrada já sem vida. O médico, de 43 anos, coordenador do setor de pediatria, informou que a criança chegou ao hospital já morta e sem condições de receber os procedimentos de ressuscitação.
O médico acrescentou também que, no dia 8 passado, a criança passou pelo hospital, apresentando quadro de intoxicação, com batimentos cardíacos alterados, sudorese e tremor, que, posteriormente, foi descoberto que foi motivado, provavelmente, pela utilização do medicamento “Neo Soro” ou “Sorine” (Nafazolina).
A cozinheira, de 42 anos, avó materna da criança, relatou que na quinta-feira (28) apanhou a criança na casa da sua filha e mãe biológica da criança, dona de casa de 21 anos. Também disse que foi até a igreja com a criança e o marido e que o pequeno estava bem e até brincou com outra criança. Em seguida, como de costume, a criança foi deixada na casa da outra filha, tia do pequeno, a técnica em enfermagem, de 19 anos.
De acordo com a técnica em enfermagem, tomou conhecimento pela avó que o pequeno não manifestou interesse em se alimentar por grande parte do dia. Também disse que a criança estava bem sonolenta, mas acreditou que seria devido ao cansaço por ter brincado com outra criança na igreja. Ela também disse que foram todos dormir, por volta das 23h30 de quinta-feira (28).
A tia da criança e técnica em enfermagem relatou ainda que colocou o pequeno em uma cama de solteiro, em um quarto individual, e, por volta das 5h30 de ontem, seu marido a acordou gritando por socorro, pois havia encontrado o menino caído no chão da sala em decúbito dorsal e sem responder a qualquer estímulo. No rosto da criança foi percebido farelo de ração de cachorro, principalmente ao redor da boca. Ela e o marido tentaram prestar os primeiros socorros ao garoto ainda no local, mas a criança já estava fria, aparentemente morta.
O auxiliar de mecânica, de 19 anos, marido da técnica em enfermagem, relatou que próximo à criança havia alguns grãos de ração espalhados pela sala, pois à noite eles deixam o alimento dos dois cães que possuem em um vasilhame na sala. Ele também disse que saíram rapidamente com a intenção de prestar socorro ao menino.
Ao retornarem ao imóvel, já na presença dos policiais militares e do perito criminal da Polícia Civil, constataram que grande parte da ração já havia sido consumida pelos cães, que estavam soltos.
O perito criminal realizou verificações de praxe, inclusive com recolhimento de uma porção da ração dos cães. O perito também realizou análise no corpo da criança ainda no leito do hospital. Pelas circunstâncias dos fatos narrados, mesmo não constatando inicialmente qualquer lesão na criança, o corpo do pequeno foi encaminhado ao IML de Uberaba pelo veículo de transporte de mortos da Polícia Civil.