POLÍCIA

"Sabor que te prende": Justiça coloca empresário do ramo alimentício em liberdade

Outras duas pessoas que também foram presas na operação ganharam liberdade

Carlos Paiva
carlospaiva@globo.com
Publicado em 09/03/2020 às 17:12Atualizado em 18/12/2022 às 04:47
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 Foto/Jairo Chagas

Empresário do ramo alimentício preso no fim de fevereiro já está em liberdade. Ele deixou a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira por volta das 17h15 de sábado (7), com autorização judicial e sem o pagamento de fiança. Ele foi preso durante operação desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público) em conjunto com a Receita Estadual e Polícia Militar. Outras duas pessoas presas na mesma operação, apontadas como “laranjas”, também foram colocadas em liberdade sem o pagamento de fiança. Os três ainda responderão às acusações.

A operação foi denominada de “Sabor que te prende”, uma alusão aos alimentos comercializados pelos acusados. Na operação foram presas três pessoas, sendo o empresário, de 50 anos, e mais duas pessoas, sendo uma também empresária de 43 anos e um homem de 54. Os dois também foram colocados em liberdade no mesmo dia e horário do empresário.

Na operação foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão, todos em Uberaba. A organização é acusada de sonegar mais de R$10 milhões. Os três acusados vão responder ao processo em liberdade.

Conforme o Ministério Público, a ação teve como foco uma associação criminosa chefiada por empresário que, segundo o Gaeco, possui “grande influência local” e se utilizava de pessoas e empresas interpostas – “laranjas” e “empresas de fachada” – para driblar o fisco estadual, sonegando milhões de reais à Receita.

A organização utilizava duas empresas, de acordo com as investigações, e ambas pertenciam à mesma pessoa. As empresas atuavam com simulações de venda subfaturada de produtos, negociando-os entre elas a preços irrisórios e impraticáveis, sobre os quais incidia ICMS abaixo do valor devido e, mesmo assim, não era pago.

Posterior à simulação de venda, a empresa “compradora” repassava produto ao consumidor, com preço real de mercado. Ambos os laranjas estavam cientes dos fatos ocorridos, colaboravam ativamente para o sucesso da empreitada criminosa e recebiam orientações do empresário que encabeçava a organização.

Participaram da operação “Sabor que te prende” o promotor do Gaeco Uberaba, José Cícero Barbosa da Silva Júnior, um policial penal, agentes do Gaeco, 25 policiais militares, servidores do Ministério Público e 18 auditores fiscais e a Advocacia Geral do Estado, que visitaram seis residências para coletar documentos. 

MAIS OPERAÇÕES

A Receita Federal deve realizar novas operações contra pessoas que cometem crimes fiscais em breve. Sizenando Ferreira, superintendente da RF em Uberaba, fez a declaração ontem (9), durante entrevista no programa JM News 1º Edição, da Rádio JM 95.5 FM.

Sizenando lembrou que no ano passado houve ação contra o segmento da construção civil e apontou que o órgão sempre está atento aos crimes cometidos na região. Ainda de acordo com ele, em regiões maiores o volume vultuoso de empresas dificulta esse tipo de fiscalização.

Recentemente, operação “Sabor que te prende”, realizada pela Receita Estadual, levou três pessoas à prisão. Os suspeitos foram soltos no sábado (7). Apesar de declarar que novas operações devem ser realizadas, os setores sob investigação não foram revelados. (Luiz Gustavo Rezende)

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