CRIME BÁRBARO

Suspeito devia R$ 35 mil para Raphaella Fachinelli, morta com 14 facadas

A dívida foi o argumento usado pelo investigado para levar a vítima até à casa da namorada dele, sob pretexto da necessidade de se fazer uma transação na máquina de cartão da cabeleireira

Dandara Aveiro/Carlos Paiva
Publicado em 14/11/2025 às 13:37Atualizado em 14/11/2025 às 20:53
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A jornalista Joanna Prata esteve na coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (14) e trouxe as principais informações sobre o caso (Foto/Redes Sociais)

O motorista de aplicativo de 30 anos, suspeito de assassinar a cabeleireira Raphaella Silva Fachinelli, de 28 anos, planejava seguir em fuga até São Paulo após deixar a cidade Franca (SP), onde foi capturado pelo Polícia, segundo revelou o delegado regional Armando Papacidero, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (14). Conforme relatado pelo próprio investigado aos policiais, a intenção era primeiro chegar a Ribeirão Preto (SP) e, na sequência, ir para a capital paulista para “sair do distrito da culpa”, indicando que pretendia se distanciar completamente da região de Uberaba após o crime.

Segundo Papacidero, o suspeito contou que chamou Raphaella até a casa da namorada dele sob o pretexto de usar a maquininha de cartão da vítima para realizar uma transação de uma dívida de R$35 mil — valor que, conforme o próprio investigado relatou, informalmente, correspondia a dois empréstimos anteriores: um de R$20 mil e outro de R$15 mil. Dentro da residência, houve uma discussão entre vítima e suspeito. Ele chegou a enviar uma mensagem para a namorada pedindo que ela retornasse À residência para tentar “acalmar a situação”, mas não foi respondido. A Polícia Civil afirma que, logo em seguida, o crime foi consumado com extrema violência. A necropsia atestou 14 facadas.

Após o assassinato, o investigado assumiu o controle do celular de Raphaella e se passou por ela para pedir dinheiro a um amigo da própria vítima, que fez uma transferência de R$ 4 mil. “O que nos chama atenção, no requinte cruel, é que após a prática dos golpes com a faca, ele pega o celular da vítima, se passa por ela, faz um contato com um amigo dela pedindo dinheiro em nome dela. Esse amigo transfere o valor. Depois, o autor entra na conta da vítima e faz ‘um limpa’ no dinheiro dela”, relatou o delegado. 

Uma testemunha disse ter visto o suspeito saindo da casa com as mãos sujas de sangue e visivelmente atordoado. Depois, ele dirigiu até a própria residência e, na sequência, fugiu diretamente para a cidade de Franca utilizando o carro da vítima.

Já no interior paulista, o homem tentou se hospedar em um hotel, mas foi impedido porque estava desacompanhado. Ele então alugou um quarto por meio do aplicativo Booking e permaneceu na cidade de Franca. No dia seguinte, comprou um celular no shopping local, habilitou um número telefônico e deu início ao planejamento da fuga que teria como destino final a cidade de São Paulo. O delegado também esclareceu que o veículo usado na fuga passou por perícia e, posteriormente, foi novamente analisado em Uberaba, sem prejuízo à investigação.

Sobre o comportamento do suspeito, o delegado afirmou que ele demonstrou indiferença em relação ao ato cometido, embora tenha reconhecido o peso da prisão e as consequências que deve enfrentar. Em entrevista às autoridades policias, ele admitiu a amizade de 20 anos com a vítima e disse que a motivação foi em decorrência de uma dívida que tinha com ela, relacionada a parcelas de uma motocicleta comprada pelo réu. 

O investigado foi detido na tarde desta quinta-feira (13), por volta das 16h, na rua Pedro Spessoto, Vila Santa Cruz, em Franca, sem qualquer indício de motivação passional, conforme o delegado.  “A Delegacia de Homicídios trabalha, aparentemente pelas demais provas, pela prática de homicídio triplamente qualificado.”, esclareceu Papacidero, que acrescenta que a prisão foi possível graças ao trabalho em conjunto com o Poder Judiciário, com o Ministério Público e com a Ficco da Polícia Federal.

Ele está preso temporariamente na Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba. Cabe ressaltar que a prisão temporária, decretada pela Justiça, tem prazo de 30 dias e pode ser prorrogada ou convertida em prisão preventiva.

E a namorada?

Segundo informações preliminares da PC, a namorada do suspeito já foi ouvida e também pode ser indiciada, já que nenhuma hipótese a seu respeito está descartada.

A Delegacia de Homicídios segue conduzindo o inquérito, e a prisão temporária poderá ser prorrogada ou convertida em preventiva. Participaram da entrevista o delegado da Polícia Federal, Dalton Marinho, da FICCO/Polícia Federal em Uberaba; o delegado da Polícia Civil, Luiz Fernando; o delegado regional da 1ªDRPC, Armando Papacídero; e o major André, da Polícia Militar, que apresentaram os avanços da investigação.

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