Candidatos criticaram o problema da falta de água na cidade e apresentaram propostas para resolvê-lo (Foto/Rodrigo Garcia)
No quarto bloco do debate, os candidatos fizeram perguntas entre si. A questão do abastecimento de água, segurança pública, educação inclusiva e cobrança de impostos foram os temas abordados. Os candidatos Paulo Piau (PSDB) e Anderson Adauto (PV) tiveram direito de resposta ao final do bloco.
O candidato Tony Carlos (PMDB) questionou Anderson sobre o abastecimento de água. “Tenho que voltar no tempo. No final do nosso governo, conseguimos mais de R$50 milhões a fundo perdido para trazer água do rio Claro. Os tubos foram comprados e estão na Codau. Seriam mais 800 litros/segundo. O projeto foi mudado por conta de interesses imobiliários”, acusou Anderson.
Em sua réplica, Tony Carlos falou sobre o desassoreamento do rio Uberaba, o que comprometeria o abastecimento. “Não foi feita a dragagem no rio Uberaba. Em Ribeirão Preto, hoje, o recurso utilizado para o abastecimento aos domicílios é o poço profundo, que dispensa o tratamento que é necessário para a água captada nos rios”, destacou.
Na réplica, Anderson Adauto culpou a atual gestão pelos problemas no abastecimento de água.
O candidato Adriano Espíndola (PSTU) questionou a Paulo Piau sobre o combate ao uso da água sem outorga e se o tucano teria planejamento para recuperação de nascentes.
“Tem que avançar para resolver. Uberaba não tem problemas com água, pois tem muitos mananciais; falta um programa para buscar fontes. Estudo aponta que as fontes atuais são suficientes para atender uma cidade de até 500 mil habitantes. A busca de água no rio Grande vai endividar o município. Prioridade é consumo humano, mas é possível atender ao agro para suas demandas”, destacou Piau.
Na réplica, Adriano afirmou que nada foi feito efetivamente para resolver o problema de abastecimento. “Vamos denunciar qualquer irregularidade nos projetos de captação do rio Claro e da Prainha. E sobre a utilização irregular para irrigação”, frisou.
Na tréplica, Paulo Piau destacou que o agronegócio equilibra a balança comercial do país e contribui para a geração de recursos para o município. “Tenho orgulho em representar o agro”, afirmou.
Comissão de advogados que analisou os direitos de respostas concedidos aos candidatos Paulo Piau e Anderson Adauto (Foto/Rodrigo Garcia/JM)
Debate sobre a Prainha rendeu troca de direitos de respostas com duas concessões
O candidato Paulo Piau ganhou direito de resposta após fala de Anderson Adauto sobre a barragem Prainha. O candidato do PV acusou o tucano de, quando prefeito, ter alterado o projeto original de captação de água no rio Claro para atender a interesses imobiliários.
“Chamar alguém de criminoso é preciso primeiro olhar para o espelho. E quero agradecer o elogio de ‘cínico’, pois ser cínico propondo que a Prefeitura cuide de gente através de políticas públicas e depois cuidar de coisas me deixa muito feliz. Lembrar ao candidato que eu nunca fui ficha suja, nunca fui impedido de participar de qualquer eleição. Recentemente, o senhor teve que devolver R$1 milhão para o Ministério Público e o senhor vai à TV falar que não tem nada de corrupção. Não é isso que Uberaba entende. O senhor precisa ter cuidado com as palavras”, disse Paulo Piau.
O candidato Anderson Adauto também ganhou direito de resposta após fala de Piau, que o teria vinculado a casos de corrupção.
“Todos os processos que eu tive e busquei solução conciliatória com o Ministério Público foram por conta de erros administrativos. Em nenhum deles eu fui enquadrado pelo artigo 9º, que trata de enriquecimento ilícito. Então, se não fui condenado por enriquecimento ilícito, não posso ser chamado nem de ficha suja nem de corrupto”, finalizou.
Segurança e posicionamento sobre impostos foram usados para ataques
Paulo Piau questionou a candidata à reeleição Elisa Araújo sobre segurança pública e o motivo de a prefeita solicitar segurança pessoal.
“Ando com segurança, pois seus correligionários cometeram crime contra mim. Tenho medida protetiva. Eu rompi com o sistema, fui a primeira mulher a dirigir Uberaba em 200 anos. Temos que enfrentar a criminalidade. Fui ameaçada em eventos da Prefeitura. Vou fincar a bandeira do enfrentamento à corrupção e à criminalidade. Seguirei firme”, disse.
Na réplica, Paulo Piau lembrou que o programa Cidade Vigiada foi criado para vigiar e antecipar ações criminosas. “Foi trocado o nome e não funciona e não antecipa nada”, criticou.
Na tréplica, Elisa Araújo afirmou que o programa, agora chamado Cidade Segura, funciona e atende à sua finalidade. Até convidou Piau a conhecer o programa.
Elisa Araújo questionou Tony Carlos sobre ter votado por aumento de impostos da gasolina e do etanol quando deputado estadual.
“Em 2015, votei pela prorrogação e um projeto do governo Anastasia para a erradicação da pobreza. O projeto prorrogou uma lei na qual previa que o pobre não pagaria pela energia elétrica. O atual governador, inclusive, quer que essa lei seja permanente e não mais sejam feitas prorrogações. Você, que é pobre, votamos pela prorrogação de uma lei que foi criada para te beneficiar”, justificou.
Na réplica, Elisa Araújo disse que Tony Carlos, quando deputado, votou pelo aumento da alíquota de imposto para a gasolina e o etanol, respectivamente, em 15% e 16%, contra o apelo de diversos segmentos da sociedade. E ainda cobrou pelo fato de a empresa do candidato emedebista estar sediada em Sacramento, e não em Uberaba. O imposto recolhido fica para a cidade vizinha.
Na réplica, Tony respondeu que a emissora de rádio da qual é dono tem concessão para Sacramento. Quanto ao aumento de impostos, ele disse que o governo Zema, apoiador de Elisa, manteve as alíquotas dos combustíveis no Estado.