Após estudo apontar a viabilidade de retomada das obras, outra avaliação está sendo contratada pelo Ministério Público para checar parte de saneamento do loteamento
Casas do Conjunto Alfredo Freire 4, com obras paradas desde 2017, em situação de abandono, aguardando solução da Caixa Federal e Ministério Público (Foto/Arquivo)
Ainda não há previsão para término e entrega das casas do Alfredo Freire 4, conforme a prefeita Elisa Araújo (Solidariedade). As famílias contempladas aguardam desde o fim de 2017 a entrega das 544 unidades do loteamento, porém o imbróglio continua sem data para ser resolvido.
De acordo com a chefe do Executivo, a definição sobre a entrega não depende da Prefeitura, mas sim da Caixa Econômica e do Ministério Público. “O Alfredo Freire 4 ainda está travado em função dos estudos do Ministério Público que serão apresentados à Caixa. As casas são da Caixa, não do município. O que a gente pode fazer no momento é cobrar e é o que estamos fazendo”, salientou.
Um estudo técnico foi realizado por solicitação da Promotoria e confirmou que o loteamento tem condições de ser finalizado, porém outra avaliação ainda está sendo feita antes de avançar com as providências para a retomada e conclusão da obra. “Há uma dúvida sobre risco de alagamento. Por isso, estão fazendo uma análise para dar segurança para quem vai morar lá. Então, estamos paralisados”, acrescentou.
A prefeita ainda manifestou que a expectativa era dar uma resposta até o fim deste ano sobre a situação do Alfredo Freire 4, mas não é possível ainda apresentar qualquer posicionamento sobre o loteamento.
Apesar da indefinição sobre a retomada da obra, a chefe do Executivo salientou que não deverá haver dificuldade quanto aos recursos para finalizar o Alfredo Freire 4, porque já existe sinalização do governo federal de liberação de recursos para terminar o loteamento. “A prioridade do governo é acabar as obras inacabadas”, manifestou.
De fato, o site oficial do PAC informa que Uberaba será contemplada com recursos para a retomada e conclusão de 550 unidades habitacionais. Ainda não foi especificado o valor que deve ser destinado para finalizar as obras no Alfredo Freire 4.
O contrato para a construção das 540 moradias do programa Minha Casa Minha Vida foi assinado em 2013 entre a Caixa e a primeira construtora. A previsão legal era de que a obra no Alfredo Freire 4 fosse entregue em 2016, mas a empresa abandonou o canteiro. Em 2019, outra construtora assumiu o serviço e, também, desistiu do contrato. Com isso, a construção segue parada desde então.
Estudo a ser contratado pelo MP vai avaliar a estrutura de saneamento
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciou a abertura de um processo licitatório para contratar estudo complementar capaz de identificar a situação da infraestrutura das redes de esgoto, água e drenagem no Alfredo Freire IV. A expectativa é que em cerca de três meses seja concluída a contratação da empresa responsável pelo novo estudo.
Em entrevista à Rádio JM, o promotor de Justiça Carlos Valera posicionou que um primeiro estudo foi realizado para avaliar se haveria viabilidade ou não para concluir o Alfredo Freire IV, dando aval para finalizar o loteamento. “Já sabemos que as casas são passíveis de serem terminadas. Isso é o mais importante”, ressaltou.
No entanto, o representante do Ministério Público salientou que foi apontada a necessidade de estudo adicional específico para mapear a situação da infraestrutura do local, o que permitirá estimar o custo real para o término do conjunto habitacional. “Terminado esse segundo estudo, teremos o tamanho real do problema e poderemos sentar com a Caixa Econômica Federal para tratarmos de valores para avançar com o término da obra”, declarou.
O financiamento para o estudo complementar foi alcançado por meio de um arranjo entre diversas instituições. A Caixa Econômica Federal aportou, aproximadamente, R$50 mil de recursos que sobraram de um aporte anterior. Além disso, o Ministério Público Estadual e o Federal complementaram o valor total, cerca de R$120 mil.
Segundo o promotor, as casas do Alfredo Freire IV têm potencial para serem finalizadas sem a necessidade de demolição, possivelmente por meio de reforços estruturais. No entanto, a viabilidade dessa abordagem será avaliada durante o processo licitatório e a análise técnica subsequente.