Embora a solicitação por agilidade para fechar a negociação ter sido recorrente durante o evento, nenhum prazo foi apresentado para a assinatura do novo acordo
Os termos e valores para a compensação também não foram detalhados (Foto/Reprodução)
Audiência pública para discutir repactuação do acordo de Mariana se estendeu por mais de quatro horas na Assembleia Legislativa desta segunda-feira (27), mas sem resultados práticos. Embora a solicitação por agilidade para fechar a negociação ter sido recorrente durante o evento, nenhum prazo foi apresentado para a assinatura do novo acordo. Os termos e valores para a compensação também não foram detalhados.
O secretário-adjunto de Estado de Planejamento e Gestão, Luís Otávio Milagres de Assis, criticou a lentidão do processo de reparação de danos e lembrou que as empresas envolvidas não cumpriram todas as cláusulas do acordo firmado em 2016. Com isso, ele cobrou uma resposta rápida das mineradoras sobre a repactuação.
Já os integrantes da Comissão Extraordinária de Acompanhamento do Acordo de Mariana questionaram ao adjunto do advogado-geral da União, Júnior Divino Fidélis, se o governo federal havia estabelecido um prazo para assinatura do novo acordo pelas empresas, mas ele argumentou que não haveria condições de colocar uma data.
O adjunto salientou que o modelo anterior do acordo não funcionou e agora era necessário assegurar não somente valores para compensação, mas também a forma como será executado e mecanismos para fiscalizar o cumprimento de todos termos. Segundo ele, a intenção é finalizar a negociação com rapidez, mas o trabalho é complexo e isso impedia de indicar uma data para efetivar a repactuação.
Em Uberaba, o fechamento do novo acordo é aguardado com expectativa desde que o Governo de Minas confirmou a intenção de incluir o gasoduto até o Triângulo Mineiro entre obras que podem ser custeadas por meio da compensação pelos danos causados pelo rompimento de barragem. Também havia articulações para inserir a duplicação da BR-262 no pacote de obras.
Após a tragédia em Mariana, um acordo chegou a ser firmado durante o mandato do ex-governador Fernando Pimentel (PT), em 2016. O documento foi assinado com os dirigentes da Samarco e das empresas proprietárias da mineradora, prevendo ações para reparação de danos. No entanto, houve atraso e descumprimento das cláusulas do termo e notícias sobre negociações em torno de um novo acordo pelo atual governo estadual.