PROPOSTA

Audiência pode atrasar licitação, mas garantir BR-262 duplicada

A proposta de mudar o projeto que não prevê a duplicação da via pode levar o processo de leilão à estaca zero e adiar o início de nova concessão

Gisele Barcelos
Publicado em 20/01/2024 às 17:48Atualizado em 21/01/2024 às 07:36
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Articulador da audiência que acontece no próximo dia 26 em Araxá, José Luiz Alves diz ser preferível atrasar do que ter a rodovia em pista simples pelos próximos 30 anos (Foto/Arquivo)

Articulador de evento em Araxá para rediscutir projeto de concessão da BR-262, José Luiz Alves defende o adiamento da nova licitação da rodovia para incluir a duplicação do trecho entre Uberaba e Belo Horizonte entre os investimentos a serem feitos pela futura concessionária.

O governo federal planeja o lançamento do edital de relicitação ainda este ano, porém, o modelo definido prevê somente 44 quilômetros de pista duplicada entre Nova Serrana e Bom Despacho. “Não dá para nos calarmos diante de um projeto tão deficiente como esse”, argumentou.

Segundo José Luiz, a falta de interesse do mercado na licitação do BR-381 ofereceu uma abertura para rediscutir os outros projetos de concessão desenvolvidos na gestão passada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e apontar alterações necessárias no modelo. Ele ressalta que o momento precisa ser aproveitado para mostrar as demandas da região em relação à BR-262. “Se ficarmos caladinhos, vai acontecer do jeito deles. Estamos fazendo a mobilização para convencer o governo que o projeto não nos atende”, disse.

Questionado, José Luiz admitiu que uma mudança no projeto para incluir a duplicação da BR-262 poderia inviabilizar o lançamento do leilão este ano para a nova concessão da rodovia, já que o processo voltaria à estaca zero e precisaria ser submetido novamente à análise dos órgãos técnicos do governo.

No entanto, o articulador do evento em Araxá argumenta que atrasar a relicitação para fazer um novo estudo é mais vantajoso do que ficar 30 anos preso a uma concessão que não vai atender à principal reivindicação dos municípios. “Em 2014, a concessão da 262 nos trouxe a expectativa de que finalmente teríamos uma rodovia duplicada. Do jeito que o projeto se encontra nesse momento, temos certeza que nos próximos 30 anos não veremos duplicação. Do meu ponto de vista, é melhor atrasarmos três anos para fazer uma licitação com um projeto que verdadeiramente venha dar solução para nós, do que licitarmos este ano um projeto que vai nos levar a 30 anos de certeza que não teremos duplicação”, declarou.

José Luiz salientou que o modelo atual proposto pelo governo focou em uma tarifa baixa, mas não atende aos interesses da sociedade. Segundo ele, é necessário pensar também em melhor custo-benefício para quem trafega na rodovia. “É preferível pagar R$115 de pedágio para ir a São Paulo do que R$50 para chegar a Belo Horizonte, mas andar correndo risco de acidente e até de morte”, disse.

Conforme levantamento realizado pelo grupo responsável pela audiência em Araxá, o custo total de pedágios seria de R$56,76 com a duplicação de apenas 44 quilômetros entre Nova Serrana e Bom Despacho, enquanto o valor total de pedágios está estimado em R$87,56 se houver a implantação da pista dupla em todo o trecho de Uberaba a Nova Serrana.

Interessados em participar do evento em Araxá devem se inscrever antes

Interessados em participar de reunião sobre o destino da BR-262 devem se inscrever previamente em formulário disponível no site da Prefeitura de Araxá (http://tinyurl.com/yew9uswz). O evento está marcado para acontecer na sexta-feira (26), a partir das 13h, no Tauá Grande Hotel em Araxá.

Além das lideranças regionais, a reunião contará com a presença do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale. Um documento já foi elaborado pelo grupo organizador do evento para solicitar alteração no projeto de concessão da BR-262 e deverá ser entregue em mãos ao representante do órgão.

No documento, foram reiterados problemas verificados durante a elaboração do atual projeto de concessão da rodovia, que não prevê a duplicação de todo o seguimento entre Uberaba e Nova Serrana. Entre os erros apontados está a realização das contagens de tráfego no período de 30 de março a 14 de abril de 2021, durante a mais profunda crise da pandemia de Covid-19, e subestimando o fluxo de veículos no trecho.

O ofício ainda defende a possibilidade de um custo maior com pedágios entre Uberaba e Belo Horizonte, desde que seja assegurada a pista duplicada em todo o trecho da rodovia.

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