Vereadora Rochelle Bazaga espera a presença, além das forças de segurança e comunidade escolar, de representantes do governo municipal (Foto/Rodrigo Garcia/CMU)
Está marcada para quinta-feira (27) a audiência pública para debater a segurança nas escolas de Uberaba, na Câmara Municipal. A iniciativa é uma proposta da vereadora Rochelle Bazaga (PP). Além das forças de segurança pública e da comunidade escolar, a parlamentar também espera a presença de integrantes do governo municipal para discussão de políticas públicas para reforçar a segurança nas salas de aula.
O documento solicitando o debate foi protocolado na última semana, após ameaças de um atentado nas escolas de Uberaba, além de outros casos em que o perigo saiu da ameaça e chegou a se concretizar, como nos casos de Blumenau, São Paulo e Santa Tereza de Goiás. Rochelle explica que o objetivo é realizar um trabalho em conjunto com a Prefeitura e demais vereadores para evitar qualquer ocorrência grave, como ameaças ou tentativas de ataques.
A vereadora ainda destaca que, mesmo sem um protocolo prévio, a atuação dos profissionais de Educação nas últimas ocorrências foi essencial para evitar desastre ainda maior, principalmente nos estados de São Paulo e Santa Catarina. Por isso, faz-se necessário discutir ações de capacitação também nas escolas, para além da segurança especializada. “Essa realidade para mim hoje é bem presente. Como eu estou na sala de aula, eu tenho sentido na pele os medos, as inseguranças que têm rondado a escola todos esses dias. E algo que a gente tem dialogado é um trabalho melhor no suporte emocional desses alunos e dessas famílias. Porque o que a gente está vivendo hoje é um momento de medo nas escolas. Tem pais que estão com medo de enviar seus filhos, medo de ataques. Então, a gente precisa muito trabalhar essa questão do socioemocional”, afirma a vereadora, que também atua como professora de História.
Rochelle conta que defende um trabalho voltado à saúde mental mais ampliado nas escolas, principalmente considerando que o ambiente educacional “muitas vezes é o único espaço público de uma comunidade”. “Sabemos das dificuldades, porque isso gera um grande gasto de recurso público, mas a gente precisa fortalecer esses espaços de atendimento para crianças e adolescentes”, afirma.
Apesar de ainda não contar com uma proposta para ampliar o serviço, Rochelle aguarda um posicionamento do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), perante a lei já em vigência que exige a presença de um psicólogo e um assistente social por instituição escolar. Questionada pela reportagem do Jornal da Manhã, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que implementou em 2022 os Núcleos de Acolhimento Educacional (NAEs), formados por psicólogos e assistentes sociais, que atuam nas escolas estaduais de Minas, de acordo com as exigências da legislação vigente. “Os núcleos realizam um trabalho itinerante por meio de palestras e oficinas, em diálogo constante com a comunidade escolar, a fim de auxiliar a gestão escolar e os profissionais da Educação na resolução de conflitos, na identificação de situações de vulnerabilidade em relação aos estudantes e na promoção de ações que cooperem para a melhoria do ambiente escolar”, informa a pasta da Educação estadual. Ainda segundo a SEE, foram contratados 460 profissionais em todo o Estado, que atuam em 230 núcleos. O município de Uberaba possui quatro NAEs, compostos por psicólogos e assistentes sociais, para atender as escolas da rede estadual.