GOLPE

Comandante do Exército rejeitou golpe, e Bolsonaro recorreu a general para liderar tropas, diz PF

General do Alto Comando do Exército aceitou capitanear as tropas terrestres após golpe, segundo investigação da Polícia Federal

O Tempo/Lara Alves
Publicado em 27/11/2024 às 09:12
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General Marco Antônio Freire Gomes rejeitou aderir à intentona golpista proposta por Bolsonaro, segundo inquérito da Polícia Federal (Foto/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

General Marco Antônio Freire Gomes rejeitou aderir à intentona golpista proposta por Bolsonaro, segundo inquérito da Polícia Federal (Foto/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Diante da rejeição do comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, em aderir à intentona golpista, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu a outro general do Alto Comando para capitanear as tropas terrestres após o golpe de Estado, segundo indica o inquérito da Polícia Federal (PF).

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o sigilo da investigação nesta terça-feira e liberou o acesso às mais de 800 páginas que compõem o inquérito. 

Em três trechos diferentes, pelo menos, é reforçada a participação do general Estevam Teóphilo na articulação golpista. Bolsonaro recorreu às Forças Armadas em uma reunião no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022 e apresentou aos comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha um decreto que seria assinado por ele para impedir a posse do recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A investigação constatou que o general Freire Gomes e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior não quiseram aderir à intentona golpista, que contou apenas com o apoio do almirante Almir Garnier Santos. 

Teóphilo foi a solução encontrada por Bolsonaro para garantir o respaldo das tropas do Exército ao golpe. Eles se reuniram no Alvorada em 9 de dezembro. "No encontro, o general aceitou cumprir as determinações relacionadas ao ato golpista caso o então presidente da República assinasse o decreto", diz o inquérito. 

À época, Estevam Teóphilo liderava o Comando de Operações Terrestres (Coter) do Exército. "Dentro do planejamento para implementação e consumação da abolição do Estado Democrático de Direito, a aderência do Coter seria imprescindível, pois é a unidade militar que tem sob sua administração o maior contingente de tropas do Exército", consta na investigação. 

Fonte: O Tempo

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