Conselheiros de Saúde darão ultimato a Hial

Representantes dos usuários vão dar um ultimato ao secretário municipal de Saúde, Valdemar Hial. Segundo o vice-presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jurandir Ferreira, os conselheiros não aguentam mais tanta reclamação contra o sistema público.

Uma reunião, a ser realizada hoje, vai decidir ações a serem levadas ao secretário na reunião mensal do Conselho, que acontece na quarta-feira (5). “Vamos tirar uma posição, para jogarmos de forma mais pesada com o secretário”, disse Ferreira, alertando sobre as péssimas condições da rede pública.

O problema, segundo ele, não é só falta de medicamento, mas de médicos, agentes comunitários, material para dentista trabalhar e Raios X. “O subsecretário sempre arruma uma desculpa e diz que estão sobrando remédios no almoxarifado”, desabafa Jurandir, afirmando que a administração municipal está adotando medidas prejudiciais e que dificultam cada vez mais o acesso dos usuários.

Para ele, a redução no horário de atendimento nas Unidades de Saúde, das 22h para as 20h, está sendo adotada por falta de profissionais para trabalhar. De acordo com ele, os médicos lotados nas UBSs não comparecem e a secretaria quer diminuir os problemas. “Alegam que não há paciente. Mas, se tivesse médico, com certeza as pessoas não procurariam as UPAs São Benedito e Abadia”, disse.

O subsecretário Gilberto Magnino se defende e garante que não há falta de remédios. “Os que faltam são de obrigação do Estado. Mas já estamos efetuando a compra hoje”, observa. De acordo com ele, esse atraso na entrega dos medicamentos pelo Estado atrapalha todo o esquema de compra. Entretanto, a Prefeitura já está providenciando um estoque regulador, inclusive com medicamentos de responsabilidade do governo estadual.

Quanto à redução do horário, Magnino explica que não há por que os médicos ficarem nos postos de saúde, uma vez que não há paciente. Segundo o subsecretário, está documentado que após as 20h não há paciente. “Se precisar, tem o Samu”, afirma, garantindo que a população não ficará desassistida. A medida, segundo ele, é também de economia.