Senador Izalci Lucas em entrevista ao O Tempo (Foto/Amanda Carvalho/O TEMPO)
Em entrevista exclusiva a O TEMPO, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) defendeu que a CPI dos Atos Antidemocráticos, a ser instalada no Senado, tenha como foco descobrir quem foram os financiadores dos ataques que vandalizaram as sedes dos Três Poderes, no último domingo (8),em Brasília.
Izalci foi um dos 31 senadores que assinaram o pedido pela criação da Comissão Parlamentar de Inquérito. O colegiado deve ser instalado em fevereiro, após o início da próxima legislatura.
“A CPI não será criada para saber quem é que quebrou a janela [do Senado]. O objetivo maior é ver quem está por trás disso, quem financiou tudo isso”, afirmou.
Izalci destacou o fato de haver, na Casa, senadores que são “especialistas” em investigação policial. Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Fabiano Contarato (PT-ES) foram delegados de polícia antes de entrar na vida política e há a expectativa de que sejam membros da comissão. Marcos do Val (Podemos-ES) já foi instrutor de polícia e soldado e também deve participar.
“Precisa evitar ao máximo o viés político-partidário e ideológico, a coisa tem que ser bem técnica. Nessa, pode ser que aconteça isso, porque nós temos hoje muitos especialistas lá”, disse.
Postura de Jair Bolsonaro
Na entrevista, Izalci Lucas minimizou o silêncio adotado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro após os atos terroristas, enquanto quase todo o mundo político repudiou o acontecimento.
“O silêncio até o isenta de qualquer responsabilidade. Pior seria se ele tivesse se manifestado favoravelmente ao que foi feito. Por isso que tem a investigação”, afirmou Izalci.
Na avaliação do senador, é necessário ter mais elementos para fazer julgamentos ao ex-presidente. Como uma das possíveis frentes de investigação para elucidar responsabilidades, ele cita a CPI do Senado.
“O silêncio também diz alguma coisa. Mas não é só isso. Você tem que ter provas, elementos. [...] Por isso, a investigação é importante. Para não pairar dúvida sobre essa questão de influência, conivência, omissão ou ação no sentido de incentivar qualquer coisa”, aponta.
Fonte: O Tempo