ALTERAÇÕES

“Desdolarização” pode ser positiva ao Brasil, diz palestrante da Adesg

Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, vários países começam a discutir a substituição do dólar por outras moedas

Tito Teixeira
Publicado em 26/04/2023 às 20:53Atualizado em 26/04/2023 às 21:01
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Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, vários países começam a discutir a substituição do dólar (Foto/Agência Brasil)

A geopolítica mundial caminha para profundas alterações. Uma delas, pode estar diretamente relacionada à soberania, especialmente no campo econômico, com o dólar. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, vários países começam a discutir a substituição do dólar por outras moedas.

Em palestra realizada em Uberaba, o comandante Robinson Farinazzo, oficial da Reserva da Marinha, destacou que nas últimas semanas essa discussão ganhou mais força em todo o mundo. Ele trouxe como tema “Brics, desdolarização e multipolaridade: como fica o Brasil?”

O evento, realizado no auditório Cecília Palmério, campus Centro, foi uma promoção da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg) de Uberaba.

Farinazzo aponta que, com o cerco econômico promovido pelos Estados Unidos e países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) à Rússia, tem havido esforço tanto dos países alvos quanto daqueles cujos interesses estratégicos são atingidos em buscar alternativas ao dólar.

“Afinal, os governos desses países devem imaginar, se os Estados Unidos bloqueiam as reservas cambiais em dólar, da Rússia, também podem bloquear as nossas”, ressaltou o palestrante.

Segundo Farinazzo, os países buscam contornar o território monetário do dólar e a as sanções. A desdolarização tornou-se um objetivo da política externa de alguns países.

Ele citou como exemplo a Arábia Saudita, que dentre algumas iniciativas passou a adotar a precificação do petróleo em moeda diferente do dólar.

Em relação ao Brasil, o oficial da reserva entende que, sendo um dos grandes produtores de alimentos do mundo, com grandes volumes de exportação para diversos países, a desdolarização pode ser positiva. “Os países terão que continuar a comprar o nosso alimento, não vejo como ocorreram sanções ao Brasil, caso ocorra a desdolarização”, avaliou.

Sobre o Brics, Farinazzo destacou que durante muito tempo era mais uma sigla, mas começa a sinalizar ganho de força e o Brasil pode ganhar muito com esse fortalecimento do grupo.

O Brics é um agrupamento de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico. O agrupamento começou com quatro países sob o nome Bric, reunindo Brasil, Rússia, Índia e China, até que, em 14 de abril de 2011, o "S" acrescido resultou da admissão da África do Sul (do inglês: South Africa) ao grupo.

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