O ex-presidente Jair Bolsonro ao lado da ex-primeira dama Michelle durante discurso em ato na avenida Paulista (Foto/Reprodução YouTube)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ser ‘perseguido’ em ato convocado por ele na avenida Paulista, neste domingo (25), em São Paulo. Em mais de 20 minutos de discurso, Bolsonaro se defendeu das acusações de ter feito parte de uma suposta trama golpista durante seu governo, mas não citou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes, alvos comuns do bolsonarismo.
Além disso, ele citou outras investigações das quais é alvo, como a suspeita de ter chefiado um esquema de venda ilegal de presentes recebidos pela Presidência da República de delegações estrangeiras.
“Passei quatro anos sendo perseguido enquanto presidente da República, e essa perseguição aumentou a sua força quando deixei a presidência. [...] Saí do Brasil e essa perseguição não terminou. É joia, é importunação de baleia, é dinheiro que teria mandado para fora do Brasil. É tanta coisa que eles mesmo acabam trabalhando contra si”, afirmou.
A manifestação foi convocada por Bolsonaro após operações de busca e apreensão da Polícia Federal que miraram o ex-presidente e aliados que fizeram parte de sua gestão no inquérito que investiga um suposto plano golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022.
Durante o discurso, Bolsonaro negou que tivesse a intenção de dar um golpe de Estado após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Isso, desde quando assumi em 2019, eu ouvia e parte da imprensa reverberava. O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. É trazer classes políticas e empresariais ao seu lado. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil”, afirmou.
O ex-presidente também fez menção a uma minuta de Estado de sítio encontrada pela Polícia Federal na sede do PL, em Brasília.
“Continuam me acusando de golpe porque tem uma minuta. Golpe usando a Constituição? Tenham a santa paciência. Deixo claro que Estado de Sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da república e da Defesa. Isso foi feito? Não”.
Além disso, a Polícia Federal encontrou outra minuta que previa uma ruptura institucional por meio da prisão dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Posteriormente, Bolsonaro teria intercedido pela retirada dos nomes de Gilmar e Pacheco.
Na manifestação deste domingo, havia uma orientação, emitida pelo próprio ex-presidente, para que fossem evitados ataques e ofensas a ministros do STF. O objetivo era evitar que eventuais faixas ou palavras de ordem nesse sentido possam agravar a situação jurídica de Bolsonaro.
O evento também contou com a presença dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), além de dezenas de deputados e senadores.
Fonte: O Tempo.