Sócia da Petrobras, TGB estaria disposta a ampliar a rede de gasodutos para reduzir capacidade ociosa que tem atualmente e se interessou pela interiorização do gás para Minas
Anderson reuniu-se na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de São Paulo com equipe técnica que está estruturando a implantação do gasoduto (Foto/Divulgação)
Em reunião com governo de São Paulo na sexta-feira (6), dirigentes da TGB (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil) manifestaram interesse em investir na implantação do gasoduto saindo do interior paulista até o Triângulo Mineiro. A informação é do ex-prefeito Anderson Adauto, que participou do encontro e vem encabeçando as articulações referentes ao programa federal de interiorização do gás no Brasil.
Anteriormente, outra empresa – a TGBC (Transportadora de Gás Brasil Central) – apresentou projeto para a construção de um ramal a partir do interior paulista, passando pelo Triângulo Mineiro até chegar ao Distrito Federal.
No entanto, Adauto posicionou que a TGB se apresenta como alternativa mais viável para consolidar a implantação do gasoduto até Uberaba. “No meu entendimento, cheguei à empresa certa para fazer o gasoduto. Haveria maior viabilidade de fazer com a TGB em função de ser uma empresa de transporte de gás e que já tem mais de 2.000 quilômetros de duto no Brasil e na Bolívia”, argumentou.
Segundo o ex-prefeito, a TGB relatou que está trabalhando com capacidade ociosa de 50% na rede já existente e pretende reduzir esse percentual. “A forma de fazer isso é ampliando a rede de dutos. A empresa estava olhando o Sul do país, mas gostou muito desse projeto de interiorização do gás para o Triângulo Mineiro e acredita que o consumo que nós temos em Uberaba e também que terá ao longo desse duto com o Estado de São Paulo seria perfeitamente viável para construir e operar o duto”, disse.
Além disso, Adauto acrescentou que a TGB é sócia da Petrobras e poderia utilizar a faixa de domínio do poliduto da petrolífera para a implantação do ramal, o que seria mais prático em termos de licenciamento.
Segundo AA, a empresa já informou que começará a desenvolver o conceito do projeto para delimitar o diâmetro necessário do duto para atender à demanda do interior de São Paulo, de Uberaba e eventual extensão do ramal futuramente.
Já o traçado será definido juntamente com o governo de São Paulo, considerando a lógica dos interesses das cidades paulistas a serem contempladas. Segundo ele, também será acertado local de origem do duto, havendo a possibilidade de trazer o ramal de Paulínia, São Carlos e uma terceira opção no interior de SP. “O governo de São Paulo vai lançar um programa de incentivo e financiamento à produção de biometano. Muitas usinas vão poder produzir biogás e jogar dentro do duto”, salientou.
Ainda conforme AA, a proposta é fazer uma simbiose do que interessa para a região de Uberaba e o que interessa para o governo de São Paulo. “Assim, a gente fortalece essa tese de ter uma quantidade de consumo de gás que pague o duto. Seria um investimento sem favor governamental, numa lógica privada onde a tarifa do gás no decorrer de vários anos vai pagar o duto”, manifestou, ponderando que o cenário oferece melhores garantias para que instituições financeiras ou fundos liberem os recursos para a construção do duto.