SITUAÇÃO INSUSTENTÁVEL

Entenda o cerco das tropas de Maduro à Embaixada da Argentina

Perguntas e respostas sobre a crise diplomática na Venezuela

O Tempo/Frederico Duboc
Publicado em 08/09/2024 às 10:56
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Relação entre Maduro e outros países da América do Sul está complicada (Foto/AFP)

Relação entre Maduro e outros países da América do Sul está complicada (Foto/AFP)

O governo da Venezuela comunicou ao Itamaraty a revogação da autorização para responder pelas instalações diplomáticas da Argentina em Caracas e mobilizou forças de segurança no entorno do prédio. Saiba o que está ocorrendo em uma série de perguntas e respostas:

Quando começou o cerco à embaixada da Argentina?

Os primeiros relatos de forças de segurança e homens encapuzados nos arredores do prédio são das 19h de sexta-feira, dia 6 de setembro.

Quais são essas forças?

Segundo relatos dos ocupantes da embaixada, seriam pelo menos duas patrulhas da Força de Inteligência da Venezuela e duas da polícia, além de homens encapuzados não identificados.

Por que eles fazem o cerco?

Por causa de seis opositores a Nicolás Maduro, entre eles Pedro Urruchurtu Noselli - um dos coordenadores da campanha da líder oposicionista María Corina Machado – estarem asilados no local.

A Embaixada da Argentina na Venezuela está sob custódia do Itamaraty desde o dia 5 de agosto, quando os diplomatas argentinos e peruanos (também sob responsabilidade do Brasil agora) foram expulsos pelo regime de Nicolás Maduro _ além dos representantes de Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai _. Os países não reconheceram o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral que garantiu a reeleição do presidente sem apresentar as atas comprovando o resultado.

O que a Venezuela pediu no sábado, dia 7, para a retirada do Brasil da embaixada?

O governo venezuelano comunicou a retirada unilateral da custódia diplomática do Brasil sobre as instalações, sob a acusação de que as instalações estão sendo usadas para “atividades terroristas” e planos para tentativa de homicídio do presidente Nicolás Maduro e da vice Delcy Rodríguez.

Qual foi a resposta do Brasil?

O Itamaraty afirmou que manterá a proteção sobre as instalações até que a Argentina indique um novo país para fazê-lo. "De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para exercer as referidas funções", disse a pasta em nota.

E o que disse o governo argentino?

A Chancelaria rejeitou o ultimato do regime de Maduro. “A República Argentina rechaça essa medida unilateral e adverte o governo venezuelano que deve respeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que consagra a inviolabilidade das instalações das missões. Qualquer tentativa de interferir ou sequestrar os solicitantes de asilo que estão em nossa residência oficial será fortemente condenada pela comunidade internacional”, informou em nota.

O Brasil vai romper relações com a Venezuela?

O assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, já disse em entrevista que o regime de Maduro está avançando para o autoritarismo, mas que não havia planos de rompimento de relações. Não se sabe se a Presidência da República poderia revisar a decisão no caso de uma invasão armada ao prédio protegido pelo Brasil.

Qual é a situação nas ruas do país?

O anúncio dos resultados pelo CNE provocou protestos em todo o país que resultaram em 27 mortes, 192 feridos e 2.400 prisões até o dia 6 de setembro.

Fonte: O Tempo

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