Quantidade de multas aplicadas pela Prefeitura aos cidadãos, bem como as do Estado em relação ao trânsito, constituiu foco de recente discussão da Câmara Municipal. O vereador Luiz Dutra (PDT) fomentou o debate, reacendendo a polêmica em torno da indústria da multa verificada em Uberaba.
Quanto ao município, o parlamentar defende a revisão de leis que estimulem a remuneração por produtividade. Segundo ele, os gabinetes dele e dos demais colegas têm recebido expressiva quantidade de reclamações e o cidadão está impossibilitado de recorrer em face da inexistência da junta de recursos, cujo texto é aguardado há semanas pelo Departamento Legislativo.
Ele também citou alguns abusos cometidos pelo Estado. Como delegado aposentado, afirma que cerca de 30% das multas aplicadas não são efetivamente pagas. Segundo ele, o Estado deve inscrever as multas em dívida ativa, garantindo seu eventual processo de cobrança. Embora o Código Brasileiro de Trânsito preveja a liberação do licenciamento apenas mediante o pagamento das multas, o Estado não formaliza o processo legal com a execução dos responsáveis.
Outro aspecto enfatizado pelo vereador é o “adormecimento” das multas nos terminais do Detran, que prescrevem após cinco anos e que, portanto, deveriam ser retiradas dos registros dos veículos, o que não está ocorrendo.
Requerimento de sua autoria aprovado em plenário será enviado ao governador Anastasia (PSDB) e ao diretor do Detran/MG, Oliveira Santiago Maciel. Ele sinaliza intenção de insistir e recorrer ao Judiciário se providências não forem tomadas em garantia aos princípios legais dos cidadãos.