‘PEJOTIZAÇÃO’

Gilmar Mendes paralisa julgamentos em todo o país envolvendo contratos de trabalhadores PJ

Suspensão determinada por ministro do STF objetiva uniformizar entendimento sobre validade de contratos de prestação de serviços firmados com pessoas jurídicas

Agência estado
Publicado em 14/04/2025 às 15:25Atualizado em 14/04/2025 às 15:32
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O ministro Gilmar Mendes determinou a medida após o plenário reconhecer, por maioria, repercussão geral sobre a chamada “pejotização” (Foto/Nelson Jr/STF)

O ministro Gilmar Mendes determinou a medida após o plenário reconhecer, por maioria, repercussão geral sobre a chamada “pejotização” (Foto/Nelson Jr/STF)


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira, 14, a tramitação de todos os processos que discutem a legalidade da contratação de trabalhador autônomo ou pessoa jurídica (PJ) para prestação de serviços - a chamada "pejotização". A suspensão vale até o julgamento definitivo do tema, que será analisado com repercussão geral - ou seja, o resultado deverá ser seguido por todos os tribunais que julgarem a mesma questão.

A repercussão geral foi reconhecida na última semana no âmbito de ação relatada por Gilmar.

No despacho, Gilmar destacou que a controvérsia "tem gerado um aumento expressivo do volume de processos que tem chegado ao STF, especialmente por intermédio de reclamações constitucionais".

Para o ministro, há uma "reiterada recusa" por parte da Justiça trabalhista em aplicar a orientação do Supremo sobre o tema. "O descumprimento sistemático da orientação do Supremo pela Justiça do Trabalho tem contribuído para um cenário de grande insegurança jurídica, resultando na multiplicação de demandas que chegam ao STF, transformando-o, na prática, em instância revisora de decisões trabalhistas", afirmou.

O número de reclamações trabalhistas que chegam ao STF está aumentando progressivamente desde 2020. Em 2024, a Corte recebeu mais de 2 milhões de novos processos desse tipo, o que representa um recorde desde a aprovação da reforma trabalhista em 2017 e uma alta de 14,1% em comparação com 2023.

O tema, como já mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), tem causado atritos entre o Supremo e a Justiça do Trabalho. Juízes trabalhistas vêm reconhecendo vínculo empregatício de PJs, com a consequente condenação das empresas contratantes a arcar com as obrigações da CLT. Para parte da Justiça do Trabalho, esses contratos são usados para mascarar a relação de emprego, e por isso haveria fraude.

O Supremo, por sua vez, tem derrubado essas decisões sob a justificativa de que a Corte já permitiu a terceirização das atividades-fim das empresas em 2018. Para a maioria do Tribunal, a Constituição admite contratos de trabalho alternativos à CLT.

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