O ministro da Fazenda contextualizou que o governador ficou em 'situação confortável' com liminar concedida à gestão Pimentel e, com isso, o quadro fiscal se agravou
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alfinetou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pela situação da dívida do Estado com a União. Atualmente, o passivo ultrapassa a cifra de R$ 165 bilhões e é considerado por muitos como impossível de ser pago. Haddad falou nesta quarta-feira (8) em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Segundo Haddad, Zema ficou em uma “situação confortável” ao usar, no início de seu governo, uma liminar concedida pela Justiça ao ex-governador Fernando Pimentel (PT) para não pagar as parcelas da dívida. Com isso, o passivo, que era de pouco mais de R$ 100 bilhões, "superou R$ 150 bilhões, mas porque nada foi feito”, disse o ministro, sinalizando a crítica a Zema.
“O que aconteceu é que o ex-governador [de Minas] Fernando Pimentel [PT] teve uma liminar de não pagamento de dívida e o governador Zema ficou em uma situação confortável. Ele ficou com a liminar e a dívida subindo, subindo, subindo sem que houvesse nenhuma preocupação do governo do Estado em relação a isso”, disse.
O ministro ainda citou a posição de Zema em relação ao débito fazendo referência ao apoio do governador ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Haddad sugeriu que as críticas são direcionadas ao governo Lula, que negocia uma solução aos Estados endividados.
“É curioso que o governo que quer fazer, às vezes é criticado pelo governador. E o governo que não fez nada, às vezes é elogiado pelo governador. Então eu quero paz e tranquilidade para sentar com o governador Zema porque nós gostamos de Minas Gerais. Nós queremos dar o tratamento adequado a cada Estado desse país, mas de maneira séria.
O ministro deve se reunir com o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda nesta semana para tratar sobre pautas que causam atrito na relação entre os Poderes. Um dos assuntos deve ser o texto a ser proposto para mudar as regras de cobrança dos Estados em uma articulação iniciada por Pacheco no fim do ano passado.
Fonte: O Tempo