No ano passado, Haddad e o agora secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, defenderam, em artigo, a criação de uma moeda sul-americana
Fernando Haddad e o embaixador Daniel Scioli se encontraram na última terça-feira (3) (Foto/Washington Costa/Ministério da Fazenda/Divulgação)
O ministro da Fazenda Fernando Haddad negou à reportagem de O TEMPO Brasília a existência da criação de uma moeda única para o Mercosul. “Não existe uma moeda única, não existe essa proposta, vai se informar primeiro”, disse irritado o ministro ao deixar o Palácio do Planalto nesta quinta-feira (5).
Procurada, a assessoria de imprensa da pasta declarou que o "Ministério da Fazenda não fará comentários adicionais".
Desde o encontro entre Haddad e o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, na última terça-feira (3), a criação de uma moeda comum para o Mercosul tem sido debatida nas redes sociais. A expressão “única” e “comum” tem gerado confusão.
Mas o próprio Scioli explicou que a intenção não é criar uma moeda oficial aos moldes do Euro, adotado pela maioria dos países-membros da União Europeia. “Isso não significa que cada país não tenha a sua moeda, significa uma unidade para a integração e aumento de intercâmbio comercial em todo esse bloco regional. E, como disse o presidente Lula, fortalecer o Mercosul, ampliar a união latino-americana, é muito importante”, disse.
No ano passado, Haddad e o agora secretário-executivo no ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, defenderam, em artigo, a criação de uma moeda sul-americana.
O tema também não é novidade no governo. Paulo Guedes, como então ministro da Economia, afirmou que o Mercosul deveria ter uma moeda única aos moldes da União Europeia, durante uma reunião com a comissão de Relações Exteriores do Senado, em agosto de 2021. Guedes chegou a dizer que o Brasil seria a Alemanha do bloco
Até o momento, não há uma proposta oficial de moeda única para o bloco comercial, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai (a Bolívia solicita a inclusão, enquanto a Venezuela foi suspensa).
Fonte: O Tempo