Igreja entrega projeto contra candidatos ficha suja na terça Mara Santos

Participação de Uberaba na mobilização em favor do projeto que impede a candidatura de políticos com “ficha suja” não atingiu as expectativas da Arquidiocese. Para o arcebispo Dom Aloísio Roque Oppermann, dificuldades técnicas prejudicaram o recolhimento de assinaturas.   Ele explicou que as fichas foram distribuídas pelas paróquias e cada uma enviou a lista diretamente para a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB. Por este motivo, a Arquidiocese perdeu o controle. “Acredito que enviamos de 8 a 10 mil assinaturas”, avaliou.   Dom Roque aproveitou para fazer uma análise da mobilização. Para ele, a Constituição não prevê esta possibilidade e por isso vários políticos estão pendurados em sentenças judiciais. “Para se proteger contra a execução destas sentenças apelam para o povo, tornando-se candidatos e ficando imunes”, salientou. Na opinião do arcebispo, esta lei se aprovada irá cortar tal possibilidade, porque quem tiver sentença judicial, mesmo que em primeira instância, perderá o direito de se candidatar. “Eu sei que entre os deputados e senadores, existem muitos a favor dessa lei e há alguns contra, porque serão atingidos diretamente”, observou.   Ele avaliou que a participação das paróquias na campanha não foi numerosa como o esperado, porque o processo de assinatura é exigente. “Não basta só assinar, precisa ter documento eleitoral e nem sempre o cidadão anda com este documento, o que dificultou um pouco”, explicou Dom Roque.   De acordo com informações da CNBB foram recolhidas 1,3 milhão de assinaturas, 1% do eleitorado, necessárias para enviar o projeto ao Congresso Nacional. As assinaturas serão entregues na próxima terça-feira (29) ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer.