O ex-ministro, que tem sentenças de até 32 anos de prisão, tenta pegar carona no entendimento que anulou condenações de Lula na Lava Jato
José Dirceu foi ministro da Casa Civil no governo Lula (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ex-ministro José Dirceu pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheça o ex-juiz Sergio Moro como parcial no julgamento que ações que levaram à sua condenação na Operação Lava Jato. Na prática, Dirceu tenta pegar carona no mesmo entendimento que anulou sentenças condenatórias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dirceu recebeu sentenças que chegam a 32 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele foi ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Lula como presidente da República.
Em 2021, ministros da Suprema Corte declararam erros no julgamento de Lula. O entendimento foi o de que Moro, à frente da 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR), foi parcial ao conduzir ações penais, o que levou à anulação de condenações do atual presidente e o envio de processos para a Justiça Federal do Distrito Federal.
Agora, a defesa de Dirceu alega que o ex-ministro, que chegou ficar dois anos preso preventivamente na Lava Jato, foi afetado. O advogado Roberto Podval argumentou que a investigação e a prisão de Dirceu foram um "projeto político e pessoal" da força-tarefa de Curitiba que teve Moro em suposto "conluio". O objetivo final seria atingir Lula.
Entre os questionamentos, estão, por exemplo, a ordem para condução coercitiva de Lula; e a obstrução à ordem judicial de soltura do petista em julho de 2018; e o grampo no escritório de advocacia de Cristiano Zanin, que advogou para o ex-presidente e hoje é ministro do STF.
Também, o vazamento de conversa entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, quando ela nomeava seu antecessor na Presidência para chefiar a Casa Civil; e a nomeação de Moro com ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), depois que o ex-juiz pediu exoneração do cargo no Judiciário.
Fonte: O Tempo