O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a universalização do sistema de saúde tem um "preço" e, ao mesmo tempo em que oferece tratamento a toda uma população, há uma queda na qualidade do trabalho prestado. Em um discurso com críticas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula disse, porém, que não aceitará o descrédito ao Sistema Único de Saúde (SUS).
"Desde que o SUS foi criado, abriu-se uma guerra na tentativa de desacreditar o SUS, de que o serviço não era de qualidade, que as pessoas eram mal atendidas, que eram vistas sendo atendidas em corredores de pronto-socorro", disse Lula, durante cerimônia de entrega da Medalha de Mérito Oswaldo Cruz nesta quarta-feira, 11, no Palácio do Planalto. Uma das condecoradas foi a primeira-dama, Rosângela da Silva.
De acordo com o presidente, no entanto, essas críticas não levam em conta que "toda vez que a gente tenta fazer com que todos tenham direito, o tratamento não é igual àquele que a gente atende meia dúzia de pessoas".
"A universalização tem um preço. O primeiro é o bom, de atender toda a humanidade. O segundo é que ela exige mais recurso, mais trabalho e muitas vezes, com a quantidade de gente, cai um pouco a qualidade. Mas isso nunca foi motivo para que a gente aceitasse o descrédito do SUS", acrescentou o chefe do Executivo federal.
No discurso, Lula fez diversas críticas ao governo Bolsonaro, especialmente na postura da gestão ao lidar com a pandemia de covid-19. "Nunca pensei viver um momento na história do Brasil em que você tinha uma linguagem oficial do presidente da República, de ministros da Saúde, de médicos com mandatos de deputado, tendo a desfaçatez de inventar tantas mentiras contra a vacinação", disse.