TROCA DE MINISTROS

Lula quer mulher negra para substituir Silvio Almeida, e mineiras são favoritas

O Ministérios dos Direitos Humanos terá um novo comando depois da demissão de Silvio Almeida, denunciado a uma organização por assédio sexual

O Tempo
Publicado em 09/09/2024 às 11:16
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Edilene Lôbo, Macaé Evaristo e Nilma Lino (na ordem) são cotadas para assumir o Ministério dos Direitos Humanos (Foto/Divulgação/TSE, Elizabete Guimarães/ALMG e José Cruz/Agência Brasil)

Edilene Lôbo, Macaé Evaristo e Nilma Lino (na ordem) são cotadas para assumir o Ministério dos Direitos Humanos (Foto/Divulgação/TSE, Elizabete Guimarães/ALMG e José Cruz/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já traçou o perfil que quer para o novo comando do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania: uma mulher negra - para antagonizar com a crise gerada pelo caso Silvio Almeida - e com diálogo aberto com movimentos sociais. Aliados de Lula sabem do desejo do petista e o cargo já começou a ser pleiteado.  

O PT, por exemplo, quer herdar a pasta e tenta emplacar um nome de Minas Gerais. São favoritas para o cargo a ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edilene Lôbo; a deputada estadual de Minas Gerais Macaé Evaristo; e a ex-ministra da Igualdade Racial, Nilma Lino. O martelo deve ser batido em conversas que Lula irá conduzir ao longo desta semana.

A escolhida irá substituir Silvio Almeida, demitido na última sexta-feira (6) após ser alvo de denúncias de assédio sexual. Uma das vítimas foi a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O caso foi divulgado pelo portal Metrópoles e confirmado pela organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência. 

Edilene Lôbo tomou posse no TSE em agosto do ano passado, como a primeira mulher negra a assumir uma cadeira de ministra substituta na Corte Eleitoral. Natural de Taiobeiras, cidade no norte de Minas com 34 mil habitantes, a jurista possui extenso currículo.  

Hoje, a ministra atua como professora convidada da Universidade Sorbonne-Nouvelle, em Paris (França), e leciona sobre Democracia, Direitos Políticos, Eleições e Milícias Digitais na América Latina.  

Também é pesquisadora e palestrante de temas voltados à ampliação e proteção dos espaços de participação política da mulher negra e outros grupos minorizados, assim como sobre o impacto da revolução tecnológica na democracia. Lôbo ainda é integrante da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).

Formada em Serviço Social, Macaé Evaristo já foi vereadora e cumpre hoje o primeiro mandato como deputada estadual. Ela esteve no governo de transição para a gestão Lula como integrante do grupo de trabalho da Educação e foi secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação entre 2013 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff (PT).

De São Gonçalo do Pará, Macaé foi a primeira mulher negra a comandar a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, entre 2005 e 2012, e a Estadual, entre 2015 e 2018. Este último cargo foi no governo Fernando Pimentel (PT).

A deputada tem proximidade com a secretária nacional de Finanças e Planejamento do partido, Gleide Andrade, que, por sua vez, é uma das pessoas mais próximas à presidente nacional da sigla, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).

Já a pedagoga Nilma Lino comandou o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos entre outubro de 2015 e maio de 2016, no governo Dilma Rousseff. Antes, entre janeiro e outubro de 2015, ela chefiou a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Natural de Belo Horizonte, a capital mineira, ela tem uma marca semelhante às outras mulheres consideradas por Lula: tornou-se a primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade pública federal. Em 2013, Nilma foi nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). A entidade é alinhada à integração com os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). 

Fonte: O Tempo

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