Apesar de médicos questionarem redução no valor de salários a partir da troca de gestora das UPAs, a nova prestadora do serviço posicionou que apenas implementou um sistema de bonificação variável e defendeu que não houve prejuízos na remuneração oferecida aos profissionais.
Integrante da equipe técnica da Sociedade Educacional Uberabense/Uniube, o médico Frederico Ramos argumentou que o novo modelo de pagamento prevê um valor fixo de salário por hora trabalhada e mais uma bonificação variável conforme o atendimento ao paciente.
Segundo Ramos, a gratificação abrange diversos critérios de qualidade, como a cordialidade na consulta, o número de altas médicas e a baixa taxa de retorno de pacientes com menos de 24 horas à UPA. “Nosso modelo de trabalho vai incomodar alguns profissionais porque trabalhamos com foco na segurança do paciente e qualidade nas entregas”, disse, ressaltando que o novo modelo de pagamento é para toda a equipe assistencial da unidade.
Também integrante da comissão técnica da nova gestora, o médico Raelson Batista acrescentou que foi feito um levantamento e os valores oferecidos estão compatíveis com o mercado. Ele ressaltou que ainda o Hospital Mário Palmério já utiliza há mais de um ano o modelo de salário fixo por hora e bonificação variável. “Esse sistema foi copiado por outras instituições hospitalares dentro de Uberaba porque deu certo”, salientou.
Raelson ainda argumentou que a bonificação tem como objetivo incentivar maior eficiência para que a unidade seja mais resolutiva e rápida no atendimento dos casos. Ele avalia que a mudança representou um impacto cultural inicialmente para os médicos, mas salientou que cerca de 80% dos profissionais da área médica que pertenciam ao quadro da Funepu decidiram permanecer na equipe formada pela nova entidade gestora.