SEM REVANCHISMO

Mesmo com apoio de Zema a Bolsonaro, vice-governador descarta prejuízo para Minas

Mateus Simões participa de encontro com prefeitos e lideranças regionais em Uberaba

Gisele Barcelos
Publicado em 03/02/2023 às 13:35Atualizado em 03/02/2023 às 21:19
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Governador de Minas Gerais, Romeu Zema e o vice, Mateus Simões (Foto/Divulgação)

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema e o vice, Mateus Simões (Foto/Divulgação)

Em evento com prefeitos e lideranças regionais nesta sexta-feira (3) em Uberaba, o vice-governador Mateus Simões (Novo) descartou a possibilidade de Minas Gerais ser prejudicada devido ao apoio conferido pelo governador Romeu Zema (Novo) ao ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições. Simões ressaltou no discurso as diferenças políticas ideológicas entre a gestão estadual e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porém negou a existência de um revanchismo pós- eleitoral e defendeu que não há condições de ignorar as demandas de um dos maiores Estados do Brasil.

No pronunciamento, o vice-governador manifestou que em outras partes do Estado sequer está sendo cogitado algum tipo de prejuízo devido a resíduos do processo eleitoral. Porém, ele declarou estar surpreso pela preocupação das lideranças do Triângulo Mineiro quanto a um possível boicote do governo federal a Minas.

Ao longo do discurso, Simões classificou como imaginário o risco de uma retaliação ao Estado somente pelo fato de Zema e Lula estarem em campos opostos durante a campanha no ano passado. “Minas é grande demais para ser ignorada por qualquer governo e diversa demais para ser prejudicada por ações direcionadas”, disse, chamando os prefeitos para se concentrarem em problemas reais que precisam ser enfrentados pelo Estado ao longo do próximo mandato.

No esforço para tranquilizar os prefeitos e lideranças locais, o vice-governador ainda reforçou que não haveria condições para qualquer ataque a Minas Gerais pelo governo federal sem afetar o restante do país. “Um governo federal que pretendesse em algum momento prejudicar o Estado teria que atuar contra uma indústria ou segmento específico. Minas é um Estado tão diverso que qualquer coisa que seja feita contra um segmento em Minas prejudicaria o resto do país”, disse.

Simões ainda argumentou que não haveria uma forma de isolar Minas porque o Estado ocupa posição estratégica bem no centro do país. “A nossa malha rodoviária integra o Sul e o Norte do Brasil. Não há nenhuma possibilidade de a gente ser esquecido”, acrescentou.

Além disso, o vice ressaltou no discurso que Lula teve a maioria dos votos mineiros, não sendo interessante para o novo presidente atuar contra parte do próprio eleitorado. “Imaginar que ele pudesse atuar com os mineiros é imaginar que ele atuaria contra os seus próprios eleitores, o que também não me parece condizer com qualquer tipo de lógica política possível”, manifestou.

No discurso, Simões também posicionou que não haveria ameaças de retaliação a Minas porque o governador tem uma postura ponderada e, mesmo com as divergências ideológicas externadas eventualmente, Zema está empenhado no diálogo para estabelecer uma relação com a nova gestão em Brasília. “Em que pese num momento ou outro ele seja mais duro ou firme nas colocações, o governador nunca deixou de conversar com quem quer que seja. Já esteve inclusive com Lula duas vezes em menos de 30 dias [depois] que assumiu o mandato”, alegou.

Citando as diferenças ideológicas com o governo federal, o vice-governador exemplificou que a postura da gestão estadual seguirá aberta às privatizações em Minas e manifestou que o projeto para a venda da Cemig será colocado em pauta novamente este ano.

O tema enfrenta resistência na Assembleia Legislativa e foi alvo de diversos embates no primeiro mandato, mas Simões defendeu que é preciso insistir no projeto porque o sistema público de contratação utilizado pela Cemig enquanto estatal não atende às demandas para ampliação da infraestrutura de energia elétrica com a rapidez necessária. “Essa discussão vai voltar a acontecer na Assembleia porque não é possível acreditar em crescimento sem que a gente tenha condição de fornecer energia”, finalizou. 

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