A ação integra investigação sobre uma 'organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito'
Jair Bolsonaro (PL) (Foto/Valter Campanato/Agência Brasil)
A Polícia Federal apreendeu o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em seu escritório na sede do PL, em Brasília.
A ação foi realizada como parte de uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8) por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O passaporte não poderá ser utilizado para deixar o país, conforme medida cautelar. A operação da PF investiga uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Investigações da PF indicam que o plano de golpe de Estado incluía a prisão de autoridades como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado. As articulações aconteceram em 2022, em meio à derrota eleitoral de Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A informação consta em detalhamento feito pelo procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, enviada a Moraes e que embasou operação contra o ex-presidente e seu entorno nesta quinta-feira. Um documento nesse sentido, conhecido como “minuta do golpe” teria sido entregue a Bolsonaro por seu então assessor Filipe Martins, que "atuou na ala radical do governo", segundo Gonet.
"Conforme os elementos coligidos, em novembro de 2022, Filipe Martins entregou ao ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, um documento que detalhava 'considerandos' a respeito de supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e, ao final, decretava a prisão de diversas autoridades, entre elas os Ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco", diz.
Uma minuta de golpe de Estado, então, foi lida por Bolsonaro, que determinou mudanças no texto. Filipe retornou ao ex-presidente alguns dias depois com as alterações no documento. Depois disso, Bolsonaro apresentou a minuta aos comandantes das Forças Armadas, na intenção de "pressioná-los a aderir ao golpe de Estado".
Fonte: O Tempo